terça-feira, 12 de junho de 2018

Minha história em Copas do Mundo - 3ª Parte.

Ipuã, 1990...

Adolescente, último ano do Ensino Fundamental, já saía à noite com os amigos, olhava para as meninas da mesma idade de maneira diferente, e para o futebol da maneira de sempre: visão Romântica, idealizada.

Éramos embalados por uma vinheta da Globo cujo refrão dizia "Papa essa Brasil" (aqui). Um trocadilho entre a gíria brasileira "papar", que tem sentido de conquistar, vencer, apossar; e o mais alto cargo da Igreja Católica, o Papa, que como se sabe, mora no Vaticano, um "país" dentro da Itália (país sede daquela Copa).

Só entenderia anos mais tarde que a Seleção teria em 1990 sua pior participação, seu pior time e seu pior técnico de todos os tempos em Copas do Mundo, até 2014.

Recordo de assistir aos primeiros jogos na casa de amigos, mas logo fui deixando de lado para assistir em casa mesmo, sozinho.

E assim eu vi a Seleção perder no 4º jogo, logo nas oitavas de final, para a atual Campeã do torneio, a Argentina, que se classificara em 2º lugar de sua chave fazendo assim as oitavas contra o Brasil.

Seria como se nesse ano, a Alemanha ficasse em 2º de seu grupo, fazendo assim um jogo de vida e morte com nossa Seleção logo nas oitavas (toc toc toc).

Lembro que foi um jogo duro, difícil, que a Argentina só conseguiu um gol numa bobeada do meio campo já na etapa final do jogo.

Anos mais tarde soube-se que eles deram água com sonífero para jogadores brasileiros que passaram mal e ficaram sonolentos em campo. Apesar da trapaça, o time nosso era horroroso.

Chorei pela última vez.

Pelo menos a última por causa da Seleção, pelo Corinthians eu ainda choraria por mais algum tempo.

Aliás, aquele ano só não foi perdido futebolisticamente falando, porque o Corinthians foi Campeão Brasileiro pela 1ª vez (e o seria outras 6 depois disso, tornando-se o Maior Campeão Brasileiro com 7 conquistas).

Das lembranças familiares, recordo de uma irmã chorando por causa da derrota e um vizinho tentando explicar para ela o quanto isso era bobeira e ouvindo dela respostas não muito comedidas e não muito educadas.

E também recordo de responder que "sim", quando um primo, muito espirituoso, me perguntou se eu achava que o "Careca deveria entrar", sem entender o trocadilho de cunho sexual envolvendo o apelido do atacante brasileiro naquela Copa.

Esse primo levou uma enorme repreenda do pai que estava presente quando do infame trocadilho.

Da Copa não lembro mais nada, nem assisti a final, vencida pela Alemanha sobre a Argentina, repetindo a final da Copa anterior.

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