Já fui noveleiro.
Daqueles de parar tudo para assistir às novelas que gostava.
Roque Santeiro, Que Rei Sou Eu? Renascer, A Viagem, Quatro por Quatro, Irmãos Coragem, Vira Lata, só para citar algumas.
Depois parei.
Faculdade à noite e um senso crítico maior me afastaram dos folhetins eletrônicos Globais.
Só voltei em 2009, com o remake de Paraíso.
A trama rural do amor entre o Peão Doutor e a Santinha, me fez voltar a ser noveleiro por alguns meses.
Depois nunca mais acompanhei nada coma finco.
Só voltei a me interessar quando a Globo anunciou a novela Novo Mundo, que tinha como pano de fundo o I Reinado, de d. Pedro I. Historiador na minha essência, não pude deixar de acompanhar a trama.
E é aqui que começa minha história com Malhação.
Para assistir a Novo Mundo, eu ligava a TV mais cedo e invariavelmente assisti a parte dos episódios de Malhação - Viva a Diferença e aconteceu de me interessar a ponto de continuar assistindo mesmo após a novela da 6 terminar.Pena ter perdido os primeiros capítulos.
Alunos e amigos tiravam sarro quando eu dizia que assistia, mas nem por isso me importava.
A trama dirigida por Cao Hamburguer reservou surpresas em uma novelinha que eu julgava que jamais me interessaria novamente.
Dentre os temas tratados, todos envolvendo adolescentes:
Os mundos diferentes: ricos e pobres, bairro nobre e periferia, brancos e negros,...As diferenças entre Escola Pública e Particular (os problemas e as boas coisas de cada uma).
O "tiro no pé" que fazemos quando apenas criticamos a escola pública.
Como lidar com situações problemas em uma escola.
A direção como a "cara de uma escola".
Educação com viés mercadológico.
Os dois parâmetros de ensino: tradicional e crítico.
A homossexualidade tratado com a normalidade que deve ser.
E a homofobia como a idiotice que deve ser.
Assim como o racismo e preconceito, retratados de maneira nua e crua.
Gravidez na adolescência.
Virgindade.
O universo adolescente: amores, brigas, festas, dúvidas, escolhas futuras....
Abordou de maneira sutil problemas com drogas (inclusive álcool).
Alcoolismo destruindo relação pai e filho.
A crise financeira que faz com que alunos migrem da escola particular para a pública.
Bullying e panelas na escola.
Fake news.
Corrupção.
E muito mais...
Dois momentos especiais que não vou esquecer:
1. A declaração de amor geek entre as personagens Hellen e Jota, dizendo fórmulas matemáticas e físicas como metáforas de declarações amorosas.
2. A personagem Benedita aos prantos explicando ao pai, um caminhoneiro rude que deixara a família por não saber lidar com o problema da filha, que o que ela tinha era Síndrome de Asperger, e explicando em detalhes a "doença".
E com o término nessa segunda feira, minha vida volta ao normal.
Não tenho mais nada para assistir.
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