domingo, 18 de março de 2018

Sobre o assassinato de Marielle Franco.

Não é possível que estamos chegando ao ponto de tamanha ignorância.

A morte de uma Vereadora do PSOL (partido de esquerda) no Rio de Janeiro se tornou palco da disputa pseudo ideológica que tem tornado as redes sociais um solo fértil para a imbecilidade.

Essa disputa Direita x Esquerda tem sido feita por pessoas que sequer sabem o que significa tais orientações políticas cujas bases nasceram na Revolução Francesa (século XVIII), tiveram seu auge na Guerra Fria (anos 50/60), ganhou força no Brasil durante a Ditadura Militar (anos 60/70) para depois sucumbir nos anos 90/2000.

Eis que os últimos anos reacenderam a polarização completamente anacrônica para os dias atuais e que faz qualquer fato repercutido na mídia, objeto do enfrentamento de militantes, de ambos os lados, muitas vezes sem saber o que dizem.

E pior, potencializado pelas redes sociais e fake news que viralizam na velocidade do 4G.

O que temos até agora?

Um vereadora do PSOL, ativista da causa das minorias assassinada brutalmente, junto ao seu motorista.

À parte a tragédia pessoal dos familiares dos envolvidos, dor que qualquer um de nós deveria ao menos ter empatia, o normal seria questionar o seguinte: Por se tratar de uma figura pública, política e militante, há que investigar profundamente para responder às perguntas "Quem?", "Por que?" e "Para que?".

Mas ao contrário disso, fomos obrigados a ler:

Morreu porque é mulher, negra e pobre.
Culpa da intervenção no RJ.
Culpa do Governo Golpista.
Morreu porque denunciava a PM/RJ.
Mereceu morrer, não defendia bandido?
Era contra a PM agora quer que a PM investigue.
Era esposa do Marcinho VP.
Por que ninguém fala das outras centenas de mortes ocorridas no RJ?

E outras variáveis das frases acima, gritadas por partidários de Lulla e Bolsonaro aos 4 ventos tentando tirar algum proveito político de uma tragédia.

Quero dizer que evidentemente que todas as mortes devem ser investigadas e a tristeza por elas deve ser a mesma, mas quando ocorre com jornalistas e políticos, tem um ingrediente a mais: atentado à democracia.

Preocupados mais com os dividendos políticos que tal fato possa trazer para A, B ou C, os que comemoram e os que se vitimizam conseguem a proeza de se igualar, diante de tantas diferenças.

Sinceramente, não consigo ver diferenças no modus operandi entre os que se dizem Direitistas e Esquerdistas.

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