domingo, 4 de março de 2018

Quanto pior, melhor?

Reconheço, com alguma dose de vergonha é verdade, que já fui adepto da filosofia do "quanto pior, melhor".

Talvez pela ignorância da juventude (pior que a ignorância da maturidade, pois uma pode ser superada, a outra dificilmente), ou por má orientação das lideranças políticas ao meu redor, ou por revolta mesmo, vai saber, verdade é que já torci para as coisas não darem certo. Pior, já torci para darem errado e comemorei quando aconteceram.

Estou falando de Administração Pública, Governos, Política Pública, etc... em nossa cidade.

Passada a vergonha da confissão, o momento seguinte foi de reposicionar as ideias.

Hoje penso diferente, muito diferente.

Torcer para algo dar errado em uma Administração Pública é querer que milhares de cidadãos e cidadãs que só têm na Administração Pública o amparo que precisam, sejam prejudicados.

Comemorar que algum setor, departamento ou unidade esteja funcionando mal é estar feliz com a adversidade com que passam centenas ou milhares de pessoas, muitas das quais do meu convívio e amizade, que no momento de necessidade não tiveram seu direito atendido ou atendido mal e porcamente.

Eu não posso ficar satisfeito com coisas assim pelo simples fato de ser contrário politicamente a um determinado grupo político no poder.

Mesmo que eu tenha pretensões políticas futuras e uma má qualidade dos serviços públicos oferecidos seja uma excelente oportunidade para alicerçar uma candidatura ao executivo, comemorar ou mesmo torcer por coisa assim é querer que a população que você deseja representar sofra, para que você consiga seus objetivos.

Há quem aja assim. Não é meu caso.

Até porque querer assumir uma "terra arrasada" não é o sonho de nenhum Governante.

Então quais as razões das minhas críticas nesse espaço?

Acreditem, são várias.

Quando eu assumo um tom didático, professoral (como agora), na verdade é uma forma de mostrar que algo está sendo feito errado e pode ser feito diferente. Se apenas aponto o que poderá dar errado, estou dando um alerta para que pensem mais no assunto, inclusive me proponho a ajudar se for o caso.

E se eu proponho alguma alternativa, acreditem, trata-se de ideia a ser considerada, pois para eu sugerir alguma coisa, somente o faço se estiver convicto de que tal ideia pode dar certo (talvez até não dê, mas que eu acredito, acredito).

Não sou o dono da verdade, mas um olhar de fora certamente contribui para o debate e tolo quem não leva a sérios minhas palavras quando ajo dessa maneira.

Inclusive já fui repreendido por conhecidos dizendo "Pô Orandes, tá ensinando os caras como fazer? Tá dando o caminho das pedras".

Não seria ético de minha parte, vendo que algo pode dar errado, e esse algo pode prejudicar a vida de cidadãos e cidadãs de minha cidade, não alertar.

Porém quando sou irônico, debochado (como verão a seguir), geralmente é por que a m... já foi feita e o que eu posso fazer agora é tirar sarro da situação. Casos assim acontecem quando a vaca já foi pro brejo e a luz no final do túnel é, na verdade, a locomotiva vindo na direção dos criticados.

Nesse caso eles têm todo motivo para ter raiva de mim, me ofender e atacar, pois o humor ainda é a forma mais agressiva de se criticar a política.

E assim continuarei fazendo, não importa o que façam, falem ou pensem.

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