Uma difícil decisão.
Deixar ou não deixar a Secretaria de Educação de Ipuã? Eis a questão!
De um lado, a realização
proporcionada por um conjunto de obras e medidas tomadas em favor da
Educação do Município sem precedentes na História de Ipuã, e muito
provavelmente, sem outra igual. De outro lado, o chamado partidário:
estar à disposição do partido para pleitear cargo eletivo (seja ele qual
for) nas próximas eleições.
Acabei saindo. Até mesmo para
poder continuar com as duas opções, uma vez que, permanecer, implicaria
obrigatoriamente (por conta da legislação eleitoral vigente) em perder a
alternativa de sair candidato.
Em suma: quando assumi o cargo eu
já sabia que teria de deixá-lo por conta da janela eleitoral. Sabia que
a data limite para possíveis candidatos era 6 meses antes da eleição
(marcada para 5 de outubro), ou seja, cumpri integralmente o "mandato"
que assumi na Educação.
Mas não saí sem relutância, não foi uma separação fácil!
Em que pese todo o brilhante
trabalho que desenvolvemos na Educação Ipuanense, ficam os laços
afetivos - que transcenderam as relações trabalhistas - com pessoas que
tanto me ajudaram nessa difícil empreitada da minha vida. E com elas
compartilho cada sucesso que tivemos, pois acredito que tudo faz parte
de uma engrenagem, onde cada roldana tem sua função e sem ela, por menos
que pareça, a máquina não funciona. Nunca fiz nada sozinho mas em comunhão de ideias, que passa às vezes por inevitáveis divergências, mas
todas sanadas ao término de cada conquista.
Claro que o que mais aparece aos
olhos da população é o trabalho nas escolas, onde nossas diretoras,
vices e assessoras trabalham visando o bem estar e a plena aprendizagem
da maior riqueza da nossa administração: nossas crianças. São nas
escolas onde os avanços educacionais são vistos, eventos realizados,
comida de qualidade é servida, e tudo isso às custas de trabalho de
professores, merendeiras, serventes, secretários de escola, inspetores e
nutricionista. A quem agradeço a oportunidade de ter trabalhado com
cada uma dessas células, fundamentais à homeostase da Educação
Ipuanense, e que por motivo de fatalmente esquecer algum nome, deixo de
citá-los para não ser injusto.
Agradeço a cada professor, eternos
colegas de trabalho, pelo empenho com que se dedicaram aos filhos que
não eram seus, mas que mereceram por parte deles, atenção tão grande
como se os fossem. Àqueles que dedicaram suas vidas a estes seres
humanos, às vezes invisíveis aos olhos da maioria, e que durante 200
dias por ano conviveram em suas vidas como se fizessem parte delas há anos,
eu agradeço profundamente dizendo que nem se tivessem feito por mim eu
ficaria tão agradecido.
Outra engrenagem muito importante
é a sede do Departamento de Educação, onde há exatos 3 anos e 3 meses
atrás eu era recebido, com certa desconfiança acredito, por funcionários
que hoje não imagino como teria sido sem eles. Silvana e Nére (meus
dois braços direitos naquele começo), a Priscila, amiga de infância
(infância dela, eu já era grandinho) outro braço direito que somou a
este time mais recentemente, a Nina (a doçura em forma de gente) e o
sempre disposto Marinaldo. Pessoas competentes que exercem um trabalho
fundamental e que infelizmente nem sempre é reconhecido com o valor
que merece, talvez por ser trabalho burocrático, mas que sem ele a
Educação em Ipuã não funcionaria.
E numa metáfora com a
interdisciplinariedade, tão propagada nas escolas de pedagogia,
agradecer aos Departamentos de Esporte, Infraestrutura, Saúde e
Cidadania, como excelentes parceiros nestes anos de luta por uma cidade
melhor.
Deixo o Departamento de Educação
com uma estranha sensação de dever cumprido, com aquele gostinho de
quem alcançou tudo o que podia e agora, para não acomodar, passa o
bastão para alguém com "sangue novo" dar a sua parcela de contribuição
em benefício da Educação em Ipuã. Fato que com a equipe já montada será
menos trabalhoso do que fora para mim no início, pois como bem disse
certa vez o Técnico Parreira "Montar um time é fácil; já uma equipe, às
vezes leva-se uma vida toda". Nós temos uma equipe.
Deixo, por fim, para falar de
Itamar Romualdo, essa pessoa maravilhosa que apesar dos laços de
parentesco óbvios que nos une, pude conhecer melhor ao longo desses
anos; anos aliás, de muitas divergências e muitas convergências também,
ambas sempre com o mesmo objetivo. O prazer que foi para mim poder
trabalhar com ele e aprender importantes lições de cidadania,
humanidade, humildade e caráter não tem como ser retribuído. A
confiança depositada em mim, para que ocupasse aquele que sem modéstia afirmo ser o
cargo mais importante de uma Administração e a oportunidade de poder
fazer algo, principalmente pelos mais necessitados, que não teriam a
mesma oportunidade que têm não fosse o nosso sacrifício, são
experiências que ninguém poderá jamais tirar de mim e por isso sou tão
grato.
Trabalhar com Itamar Romualdo
mais que uma alegria e um prazer, foi para mim, uma HONRA. Chego
inclusive a me questionar se fui merecedor de tamanha honraria. Tentei retribuir e continuarei, mesmo após deixar seu Governo, com a
minha eterna fidelidade. Fidelidade aliás, que não tenho vergonha em
dizer ser uma "fidelidade canina"; por ele eu mato e morro, até se
errado ele estiver.
Agradeço por fim à população
Ipuanense, pais de alunos e alunos que em mim depositaram respeito e
confiança, sendo uma peça fundamental nessa engrenagem que tão bem
conduz o destino da Educação Ipuanense.
Pela primeira vez em muitos anos
me arrisco como agora. Sem saber que rumo tomar, tampouco qual caminho a
seguir. Justo eu, que sempre soube perfeitamente cada passo a dar nessa
estrada da vida, que sempre soube onde meus pés me levariam, me
encontro agora numa encruzilhada, cujo destino é incerto. E querem
saber? Não estou dando a mínima...
PS: Nos próximos textos, vou me
dedicar a relatar um pouco da minha experiência de 3 anos a frente do
Departamento de Educação e Cultura, talvez interesse a alguém.