sábado, 14 de dezembro de 2013

Um breve discurso (com ajuda de Saint-Exupéry).

Aos alunos concluintes do 3º Médio do Colégio Irum Curumim Guaíra/SP,

Disse um escritor certa vez que "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas", e talvez por isso nós, professores, nos sentimos tão responsáveis por vocês. Nossa missão é de cativá-los, para assim poder passar a vocês um pouco do que sabemos, aprendemos e vivemos.

E após 3 anos de boa convivência, apesar de atritos inevitáveis, afinal "é preciso que suporte duas ou três lagartas se quiseres conhecer as borboletas" foi chegado o momento de deixá-los partir.

Ficamos nós com o misto de tristeza e alegria.

A primeira, pelo fim de um relacionamento, justo agora que nos conhecíamos tão bem, que sabíamos de seus medos, anseios, sonhos, defeitos, manias. 

A segunda, por saber que estão prontos para enfrentar este mundo, pois o alicerce foi bem construído.

E nessa relação de amor entre nós, talvez nem sempre vista a olho nu, pois "só se vê bem com o coração: o essencial é invisível aos olhos" se construiu através do tempo e ficará para sempre.

Ainda que ano que vem este professor seja uma lembrança diária de vocês quando frequentarem as aulas da faculdade, e daqui 5 anos lembrem-se apenas em ocasiões específicas como uma piada ou quando ouvirem o nome da minha cidade, e quem sabe em 10 anos eu seja apenas o "nossa, como era mesmo o nome daquele professor?" e então eu seja apenas uma lembrança na parede da memória de cada um de vocês.

Terá valido a pena ter feito parte de um pedacinho de suas histórias.

E se ao me despedir aquele dia de vocês minha voz embargou e duas ou 3 lágrimas insistiram em não cair, é porque "a gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar".

E vocês me cativaram.

De seu eterno paraninfo,

orandes.

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