Diferente da Jovem Guarda, da Bossa Nova, da Tropicália, do Rock ou do Axé, onde os artistas fizeram sua opção musical de filiar-se ao estilo da moda, o Brega na música não funcionou bem assim.
Nenhum artista ao começar a carreira ou querer inovar-se, filiando-se ao modismo de sua época diz: Vou fazer música brega.
O Brega nada mais é que a compilação de vários cantores, muitos deles de épocas diferentes, ou de fases de artistas que acabaram "escorregando" e compondo letras assim.
Muitos deles, a maioria penso eu, não sabiam que estavam sendo bregas.
Muitos artistas viraram brega, ou melhor, foram rotulados assim sob nossos olhares atemporais, que desconsidera o contexto de tua obra. Wando por exemplo, que só foi rotulado de brega no ocaso de sua carreira, pois no auge seria uma heresia conferir-lhe tal denominação.
Amado Batista talvez seja outro caso destes. Ícone da música nordestina, veio estourar no sudeste por conta do fluxo migratório e hoje é chamado de Brega.
E esta lista é longa: Sidney Magal, Banda Calypso, ...
Já o cantor Falcão, este sim desde o começo da carreira assumiu uma postura genuinamente brega.
Comecei a pensar nisso assim que soube da morte do maior de todos os cantores bregas do país: Reginaldo Rossi.
Seu jeito de vestir e agir (meio cafajeste),
seu repertório variado e suas entrevistas "filosóficas" conferiram a
este artista uma sobrevida na carreira. Redescoberto nos anos 2000 com o
sucesso "Garçom", Reginaldo Rossi voltaria às paradas de sucesso na
crista da onda Brega que invadiu o país e resgatou cantores esquecidos do
passado.Internado lutando contra um câncer, Reginaldo sucumbiu no dia de hoje, aos 70 anos de idade.
Certamente deve estar sendo recebido por São Pedro em pessoal e logo lhe cantando com sua voz característica:
"E pra matar a tristeza só mesa de bar".
Até porque tristeza não combinada nada contigo velho Reginaldo Rossi, descanse em paz.
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