sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

E o Brasil se descobriu brega.

O movimento brega nunca existiu.

Diferente da Jovem Guarda, da Bossa Nova, da Tropicália, do Rock ou do Axé, onde os artistas fizeram sua opção musical de filiar-se ao estilo da moda, o Brega na música não funcionou bem assim.

Nenhum artista ao começar a carreira ou querer inovar-se, filiando-se ao modismo de sua época diz: Vou fazer música brega.

O Brega nada mais é que a compilação de vários cantores, muitos deles de épocas diferentes, ou de fases de artistas que acabaram "escorregando" e compondo letras assim.

Muitos deles, a maioria penso eu, não sabiam que estavam sendo bregas.

Muitos artistas viraram brega, ou melhor, foram rotulados assim sob nossos olhares atemporais, que desconsidera o contexto de tua obra. Wando por exemplo, que só foi rotulado de brega no ocaso de sua carreira, pois no auge seria uma heresia conferir-lhe tal denominação.

Amado Batista talvez seja outro caso destes. Ícone da música nordestina, veio estourar no sudeste por conta do fluxo migratório e hoje é chamado de Brega.

E esta lista é longa: Sidney Magal, Banda Calypso, ...

Já o cantor Falcão, este sim desde o começo da carreira assumiu uma postura genuinamente brega.

Comecei a pensar nisso assim que soube da morte do maior de todos os cantores bregas do país: Reginaldo Rossi.

Seu jeito de vestir e agir (meio cafajeste), seu repertório variado e suas entrevistas "filosóficas" conferiram a este artista uma sobrevida na carreira. Redescoberto nos anos 2000 com o sucesso "Garçom", Reginaldo Rossi voltaria às paradas de sucesso na crista da onda Brega que invadiu o país e resgatou cantores esquecidos do passado.

Internado lutando contra um câncer, Reginaldo sucumbiu no dia de hoje, aos 70 anos de idade.

Certamente deve estar sendo recebido por São Pedro em pessoal e logo lhe cantando com sua voz característica:

"E pra matar a tristeza só mesa de bar".

Até porque tristeza não combinada nada contigo velho Reginaldo Rossi, descanse em paz.

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