terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Prefeito que enganou o o Presidente.

Não recordo o nome do filme.
Era algo sobre um homem que enganava o próprio satanás.
Numa contenda judicial, um advogado da Nova Inglaterra tenta, com sucesso, reaver a alma de um incauto homem que negociara com o diabo.
É a velha metáfora que coloca o diabo como um ser esperto e o homem superando-se e vencendo-o.
Mantidas as devidas proporções, e sem qualquer alusão (grifem), foi o que Kassab fez com o Lulla recentemente.
Gilberto Kassab era um simples vice prefeito quando a prefeitura de Sampa lhe caiu no colo.
Contra tudo e todos, reelegeu-se. Figurava em 3° lugar até a véspera da eleição e amanhecera em 1°.
Deixou pra trás Alkmin e surrou Marta Suplicy no 2° turno da refrega municipal.
Aí, ano passado, resolveu fundar um partido para achegar-se em Dilma e Lulla e deles colher alguma popularidade.
Deu certo!
Fundou o PSD, segundo ele próprio "nem de direita, nem de esquerda, nem de centro".
Mas que seja como for, é a 3ª maior bancada na Câmara Federal.
Eis que Lulla, chama Kassab para uma conversinha: pede-lhe coalizão em torno da candidatura de Haddad a Prefeito de Sampa. Cresce o olho no tempo de TV que o PSD dispõe (essencial para divulgar Haddad, um ilustre desconhecido de grande parte do eleitorado), bem como na aceitação do eleitorado conservador paulista (boa parte ainda fiel ao conservador Kassab, embora sua popularidade esteja em baixa).
Kassab se mostrou disposto a ceder aos apelos de Lulla e levar seu PSD a participar da coalização pró Haddad (PT).
Lulla deve ter ido dormir feliz após o téte a téte com o Prefeito.
Até Marta abespinhar...
Disse ser contrária a essa união.
O PT interveio defendendo Kassab, afinal era um proto aliado.
Antes mesmo da aresta Marta ser aparada, Serra sinalizou sua candidatura a Prefeito.
Bastou para Kassab pegar o PSD e voltar ao ponto de origem. Afinal, foi eleito Prefeito graças ao apoio camuflado de Serra, dizem.
Veja a situação do PT nas eleições da Capital:
- Como criticar o atual Prefeito se eles próprios flertaram com ele uma coligação?
- Como atacar Kassab e seu partido se Lulla encontrou com ele e se mostrou simpático a união?
Enfim, é o retrato do PT: Chutou sua ideologia pro espaço e tenta conviver com essas contradições nunca antes pensadas na história do partido.
Enquanto Lulla deve estar em casa remoendo de raiva por ter sido engambelado por um político com menos, mas muito menos, bagagem que ele.
Imagino ele deitado na cama, à noite, ao lado de Marisa, com os braços no peito, olhando pro teto e se perguntando:
- Onde foi que eu errei?

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