terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Julgamento ou espetáculo?

Começou mais um "julgamento do ano".
Ou devo dizer: espetáculo do ano.
A cada ano, a mídia elege um julgamento pra receber tratamento de jogo de final de campeonato.
E como usam a mesma cobertura jornalística dos esportes, nesses julgamentos de crimes que chocaram o país!
- Repórteres com prioridade para interromper a programação normal em caso de novos fatos.
- Transmissão ao vivo.
- Cobertura em todos telejornais e na internet.
- Flashs ao vivo direto do Fórum.
- Comentaristas de juri.
Só falta aquelas "mesas redondas" pra debater o veredicto.
A "bola da vez" (pra continuar na metáfora) é a Tragédia de Santo André, quando a menina Eloá foi assassinada pelo então ex namorado, cujo nome o blogueiro faz questão de não escrever. Embora a TV insista em colocar que o rapaz é "acusado" de assassinato, ou chamá-lo de suposto assassino, ora bolas, ele matou, ponto final, se vai ser inocentado é outra coisa, mas o tiro saiu da sua arma, então nada de "suposto" ou "acusado de".
Crimes assim chocam o país, e a mídia tem total direito de dar cobertura jornalística.
Pena que não tenham o hábito de refrescar nossas memórias com casos passados, para sabermos que fim tiveram os réus de outrora.
Ou alguém viu matéria na Globo sobre o que foi feito do assassino da Dorothy Stang?
Dos assassinos do casal Richthofen?
Se os assassinos da pequena Isabella obtiveram sucesso no recurso do julgamento?
Isso sem falar em outros crimes, infelizmente, banais em nosso país, como corrupção. Onde sequer sabemos o veredicto.
Por exemplo: Um político brasileiro pode de ter o crime de formação de quadrilha no episódio do mensalão prescrito esse ano. Alguém já ouviu a Globo noticiar? Caso prescreva, será que a Globo vai noticiar?

PS1: Nenhum nome dos réus dos crimes citados, bem como qualquer sobrenome ou apelido não foi citado pelo blogueiro em respeito aos leitores, que não merecem ler nomes tão desprezíveis.
PS2: Ainda que contrário à pena de morte no Brasil, por não acreditar que nosso sistema judiciário seja maduro suficente para tamanha responsabilidade, o Blogueiro aceitaria, gratuitamente, ser encarregado de ligar o disjuntor que acionaria a cadeira elétrica de cada um dos réus acima citados.

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