quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Hipocondríaco.

O duro de ser hipocondríaco, é que nunca somos levados à sério.
Por mais que os sintomas sejam claros e manifestos, todos à nossa volta insistem em não acreditar.
Recordo que no começo do ano reclamei de dores e febre e que acreditava que fosse dengue.
Só quando eu estava com 39° e o corpo todo manchado é que ouvi:
- Talvez seja dengue mesmo.
Claro que para o bom hipocondríaco qualquer sintoma é visto como a mais catastrófica das doenças. Uma dor de cabeça não pode ser uma simples enxaqueca, tem de ser um AVC.
Recordo que uma vez, encovando os dentes, ao tossir vi algum vestígio de sangue e logo diagnostiquei: Tuberclose.
Por mais que nos expliquem que é exagero, fica sempre o medo de, ao não dar importância a um sintoma, correr o risco de que dessa vez seja mesmo algo grave e você não desconfiou de tanto ouvir que é exagero, que nunca tem nada, que sempre encana com isso etc...
Mas não sou daquele hipocondríacos maníacos por remédio, aliás nem gosto de remédio.
Minha preferência é pela prevenção. Meu lance é prevenir as coisas que acho que estou exposto:
- Não dou descarga em banheiro público a não ser que tenha toalha de papel para eu poder puxar a cordinha.
- Evito segurar nas barras de ferro do metrô para não contrair gripe suína. Mas como ficar se equilibrando no trem em movimento me trazia dois riscos à saúde maiores: cair naquele chão infecto ou cair sobre alguém que, ofendido, responderia com violência (mesmo que fosse apenas uma velhinha com sua sombrinha vingadora), optei por usar aquele gel atisséptico a cada viagem de metrô ou circular.
Entre tantas manias que se citar aqui, vão acabar descobrindo achando que sou maluco.
Seja como for, de tanto imaginar doenças e ser desacreditado, imagino um epitáfio perfeito para o meu leito derradeiro:
"Agora vocês acreditam que eu estava doente?"

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