segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Uma bandeira branca em meio à "guerra".

Ânimos acirrados durante à Sessão na Câmara em que foi votado o pacote de bondades da companherada não impediu momentos de urbanidade.

Durante a leitura da ata da sessão anterior e sob um calor terrível na Santana dos Olhos D´água, fui ao bebedouro da Câmara pegar um copo de água.

Ao agachar para me servir sinto um tapa brincalhão.

Olho para ver quem era e dou de topa com o Prof Hugo, com quem eu não conversava há anos. E mais, com quem sequer eu dirigia saudações cotidianas como "olá" ou "bom dia".

E antes mesmo que eu falasse qualquer coisa, o Professor lamentou a nossa situação dizendo que em outros tempos fomos colegas e que não havia razão para a nossa atual situação.

Proferindo palavras extremamente elogiosas ao meu respeito e sobre um sentimento que garantiu ter por mim, relembrou que eu também já o elogiara antes, chamando-o de "mestre" naquela mesma Câmara Municipal, no que eu não apenas confirmei como disse que o faria de novo, se voltasse no tempo.

Ele quis saber se alguém havia colocado palavras na boca dele que justificasse tamanho abandono de uma amizade anterior e estendendo-me a mão, recebeu de mim um sincero aperto.

Encerrou dizendo que há tempos tinha vontade de tomar tal atitude e nos despedimos.

Em ocasiões assim, ainda mais pego de surpresa, sempre acredito que remoer passado ou lavar roupa suja não é atitude mais decente, até mesmo porque diante de tamanha bandeira branca com - acredito - grande sinceridade, não seria cortês de minha parte agir de forma diferente.

Respondi-lhe que não havia rancores nada assim, apenas que a vida havia nos levado por caminhos diferentes e estávamos tratando de segui-los.

Gestos de paz em tempos de ódio servem para nos lembrar que mesmo que certas coisas sejam como um cristal, que uma vez quebrado não cola, aquele aperto de mão numa sexta feira tensa na Câmara Municipal talvez seja uma prova de que é sim possível haver alguma civilidade em meio às diferenças; e que palavras e apertos de mão, se não colocam fim às diferenças passadas, pelo menos garantem uma boa convivência futura.

O que possa ter sido escrito, falado ou feito, de ambas as partes, podem não ter sido esquecidos, mas certamente superados.

Quando voltar a encontrá-lo podem ter certeza, lhe cumprimentarei e lhe apertarei a mão.

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