domingo, 28 de junho de 2015

Nos palanques da vida.

O cargo, seja ele qual for, é sempre maior que o seu ocupante.

Por isso não gosto quando ouço alguém fizer que "É o fulano quem está ocupando o cargo do Beltrano".

Poxa vida, quem determinou que aquele cargo específico é do fulano?

Diretorias, Secretarias, Chefias e todos os cargos de provimento em comissão (chamados cargos de confiança) não são, na verdade, de ninguém.

Seus ocupantes o fazem temporariamente.

Em muitos casos temporariamente por 8, 12, 16 anos, o tempo não importa e tampouco se justifica para a pessoa se apoderar do cargo como seu, a ponto de muitas vezes ouvir a afirmação ignorante de que "Sem o fulano, a Prefeitura para".

A ignorância neste caso é ainda maior pois não apenas maior que o cargo, mas maior que toda uma administração municipal o Fulano em questão é colocado.

E a nossa história mostra que ninguém é insubstituível e mesmo aqueles que se perpetuam por décadas em cargos, transformando-os em seus feudos, assim permanecem muito mais por fisiologismo que necessariamente competência.

Ou concorda que em 2 décadas em uma cidade não apareceu nenhum profissional capaz de substituir ao Fulano com a mesma (ou até maior) capacidade?

É muita pretensão.

Lamentavelmente tive que conviver com muitos destes feudos quando fui Diretor do Departamento de Educação, cargo que sempre coloquei acima de mim e não o contrário, pois apesar de me achar bom no que faço, sem falsa modéstia, nunca me achei insubstituível ou imprescindível na Administração Municipal que, se não foi melhor após minha saída, assim o foi por escolhas erradas dos Governantes e não porque eu não estava lá.

Achar-se acima do cargo é um erro que muitos ocupantes do alto escalão de um Governo Municipal cometem, e fazem dos cargos sua vida a ponto de não saber como agir após uma eventual perda do cargo em razão, por exemplo, de uma mudança de administração.

Novamente voltando ao meu caso, segui com a vida sem problemas, procurando emprego, estudando, buscando novas oportunidades para a minha vida sem fazer do cargo que ocupei, a minha razão de vida.


A série "Nos palanques da vida" entra em recesso, retornando em agosto com novidades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário