Este mês na "A voz Ipuanense".

Concurso para cargos na Educação.

Por Orandes Rocha*.

É do conhecimento dos ipuanenses que uma Ação Civil recomendou a extinção de 58 cargos em comissão.

Entre estes, 31 deles pertencem à área da Educação.

São eles:

05 cargos de “Chefe de Supervisão de Creche”.

01 cargo de “Chefe de Creche”.

01 cargo de “Chefe de Ceardi”.

01 cargo de “Diretor adjunto de escola profissionalizante”.

02 cargos de “Diretor de supervisão de ensino”.

06 cargos de “Diretor de educação infantil”.

06 cargos de “Diretor de escola adjunto”.

08 cargos de “Assessor para assuntos pedagógicos”.

01 cargos de “Assessor do diretor de departamento de Educação e cultura”.

A Educação sempre foi o grande filão dos governantes para o preenchimento sem concurso de cargos na Administração.

Não por outro motivo foi retirada a necessidade de formação em pedagogia do cargo de “Assessor para assuntos pedagógicos” (em 2003, com meu solitário voto contrário na Câmara de Vereadores), ou a criação de cargos como “Chefe de supervisão de creche” e “Chefe de Ceardi” sem a obrigatoriedade de formação em pedagogia ou no mínimo alguma licenciatura.

Como se uma formação superior em alguma licenciatura ou - principalmente - em pedagogia, fosse desnecessário para alguém assessorar assuntos pedagógicos, supervisionar uma creche ou chefiar uma escola para alunos com necessidades especiais.

Mas como o cargo quem cria são os Prefeitos e eles os criam como querem, assistimos passivos à aberrações como estas sendo criadas, aprovadas e votadas sem muito questionamento, pois como se sabe, o emprego criado hoje pode ser preenchido por alguém indicado por você amanhã. Então pra que exigir diploma se a pessoa que voce poderá indicar futuramente pode não tê-lo?

Mas não é esse o objeto deste artigo.

Quero falar da chance de ouro que bateu às portas do atual Prefeito para que ele possa moralizar a questão dos cargos na Educação em nossa cidade.

Gostaria de, modestamente, e já que não tenho acesso a ele pessoalmente, sugerir algumas ações que acredito seriam o começo de uma revolução na gestão em educação de nossa cidade.

É o seguinte...

Evidentemente que estes cargos a serem extintos poderão ser criados novamente na forma de empregos, ou seja, com a necessidade de concurso público para seu preenchimento.

Portanto, ao criar tais empregos, sugiro ao Exmo Sr Prefeito que seja exigido formação em Pedagogia para:

- Supervisor de Creche.

- Diretor do Ceardi.

- Assessor Pedagógico.

Aproveite também para criar uma lei exigindo Pós Graduação em Gestão Educacional ou alguma outra Pós na área de Educação para:

- Diretores de Escola (estes cargos continuarão em comissão).

- Diretores Adjuntos.

- Diretores de Educação Infantil.

E ainda, para o preenchiemento no cargo de Diretor de escola, que se crie uma lei obrigando que:

- Somente poderá ser nomeado Diretor, professores efetivos do município há mais de 5 anos, e com um mínimo de 3 anos na sede em que serão nomeados Diretores.

- Pode ainda criar uma espécie de “quarentena”, que impeça o professor de trocar de sede após deixar a direção, por um período de 2 anos.

E como medida de corte de despesas com folha:

- Reduza de 2 para 1 o emprego de Supervisor de Ensino. Apenas um é suficiente para este trabalho em nossa cidade.

- Elimine o emprego de Assessor do Diretor de Departamento de Educação e cultura. Experiência própria Prefeito, este cargo não é necessário (ocupei o cargo por 3 anos e 3 meses com relativo sucesso e nunca necessitei de Assessor).

- Elimine o emprego de Chefe de Creche.

- Elimine o emprego de Diretor adjunto de escola profissionalizante. Nem escola profissionalizante temos mais.

Não vou abordar outros empregos de outras áreas que, se o senhor refletir bem, verá que são desnecessários e apenas oneram nossa folha de pagamentos.

Meu foco é a educação.

Sugiro também a contratação de empresa de grande porte para a realização do concurso, destas que realizam grandes concursos e vestibulares.

Encomende uma prova em um nível difícil, pois a capacitação profissional também se faz nos concursos.

Com a exigência de formação acadêmica, mais a obrigação de pós graduação para alguns cargos e uma prova bem elaborada em alto nível de dificuldade, tenho certeza que o senhor estará plantando uma semente na gestão educacional de nossa cidade que no futuro dará bons frutos.

Um legado que sempre lhe será creditado por ter feito, ainda que por vias tortas, uma revolução na gestão ipuanense.

Orandes Rocha é professor, Mestre em Educação pela PUC/SP e seus palpites tem apenas um propósito: contribuir com a Educação ipuanense.