domingo, 5 de abril de 2015

Com o giz na mão.

Quando eu era professor de História e ensinava sobre o Império Romano, invariavelmente eu explicava sobre as convulsões sociais que o Império sofreu, e uma em especial que abalou as estruturas do poder Romano a ponde de ser uma das causas da sua ruína.

Claro que estou falando sobre Jesus Cristo e seus ensinamentos que culminaram no nascimento do cristianismo, uma "filosofia" paradoxal ao do Império Romano e que o corroeria por dentro a ponto de se ver obrigado a aceitá-lo como religião oficial 3 séculos após às pregações de Jesus.

Eras aulas que mostravam mais o "Jesus histórico" que o "Jesus religioso". Aliás, mostravam apenas o "Jesus histórico", certamente eventual objeto de questões de vestibular.

A parte religiosa, dizia eu, deixava para que cada um, em suas respectivas religiões, buscassem respostas e explicações sobre os eventos referentes à vida e ensinamentos de Jesus.

Havia aluno que se incomodava, achavam que eu desmistificava Jesus, o que além de não ser verdade, nunca foi a minha intenção, pois além de ser demasiadamente pretensioso, não tinha (e continuo não tendo) conhecimentos suficientes para uma análise destas.

Como também havia aluno que se interessava mais pelo assunto e pesquisava sobre ele, desta vez com maior rigor histórico, sem que isso prejudicasse em nada a sua fé religiosa.

Enfim, uma linha muito tênue para se caminhar e que eu nunca me furtei em fazê-lo, pois ciente de minha conduta ética profissional e do meu conhecimento sobre o assunto, sempre me senti à vontade para poder abordá-lo de maneira clara, objetiva e didática com meus alunos.

Mesmo porque, independente da minha opção religiosa, a vida de Jesus é para mim um objeto de admiração e interesse.

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