terça-feira, 21 de abril de 2015

30 anos sem Tancredo.

Eu era criança naquele domingo de 21 de abril de 1985.

Assistia com meu pai ao Fantástico, esperando seu término para vermos o "Gols do Fantástico", programa de resumo esportivo do fim de semana que naquele dia não iria ao ar por uma razão mais que justificável: havia morrido Tancredo Neves.

Tancredo era um nome que eu acostumei a ouvir em casa, por isso nunca estranhei.

Ao lado de Sócrates e Casagrande, eram os nomes mais repetidos por meu pai naquele começo de anos 80.

Era o homem que traria a democracia de volta, o político que colocaria o país no eixo, era a esperança personificada.

Recordo de ter acompanhado sua glória, ao ser eleito pelo colégio eleitoral como o primeiro presidente civil após 20 anos de ditadura.

Acompanhei sua agonia, internado com diverticulite, agonizando no hospital com cobertura da TV não apenas sua convalescência, mas também a mobilização do povo em favor se seu restabelecimento, com vigílias, procissões e rezas na porta do hospital.

E por fim, a comoção que se sucedeu com sua morte.

Meu pai via Sarney com maus olhos (e não estava errado, pena que me pai se foi enquanto o Sarney continua aqui), seja pelo seu DNA militar, seja por nenhuma inspiração de confiança que aquele sujeito cuja presidência caiu no colo, inspirava.

Sarney se tornaria o Presidente civil eleito sem um único voto sequer, enquanto Tancredo virou uma espécie de viúva Porcina, "foi sem nunca ter sido".

Continuou como esperança, como aquele que poderia ter mudado nossa História.

Para quem não conheceu Tancredo, um texto do Blog do Noblat que mostra um pouco da personalidade do político mineiro clicando aqui.

E para os amantes da História, as eternas dúvidas sobre a morte dele ter sido encomendada ou mesmo que tenha sido natural, postergada seu anúncio para coincidir com o 21 de abril, data em que outro mineiro símbolo de esperança também morreu.

Para quem pensa que não temos teoria da conspiração em nossa História, este capítulo é pra lhe fazer repensar.

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