quinta-feira, 23 de maio de 2019

Expuã 2009 (III). [Há 10 anos].

No último episódio da divagação sobre a política pública de festas em Ipuã, eu apresentava uma saída (meio arriscada é verdade) para a crise que eu anunciava que a Expuã/Feira da Bondade/Rodeio vivia há 10 anos.

A Administração da época não me ouviu minha sugestão. A atual muito menos. Quem sabe a próxima ouça.

Ou quem sabe terá de ser eu a, um dia, adotar as sugestões que abaixo seguem.


Expuã 2009 (III).

Desde que percebi a contradição entre a Expuã e a Feira da Bondade, nos tempos de vereador e mais clarividente na única vez em que quis colaborar com a sua organização, em 2005, comecei a considerar a hipótese de que um dia, o problema viria a tona, e obviamente, mais que ficar divagando sobre causas e efeitos, eu deveria pensar também numa possível alternativa.

Criticar é fácil, propor alguma coisa requer um pouco mais de coragem.

Sempre falei sobre o assunto reservadamente, até porque quando fazia parte da Administração Municipal, eu evitava, pois existia o risco de que minhas teorias e ideias fossem tomadas não como opiniões próprias, mas como indícios de que o Governo Municipal sinalizaria no mesmo sentido.

O que não seria verdade, estas são ideias muito particulares acerca de uma questão polêmica, mas em política tudo pode virar fato e prejudicar a sequência de um trabalho, e eu não queria isso.

Minha alternativa para a questão é uma só: Separar as festas.

Teríamos então não uma, mas duas datas festivas em nossa cidade.

Uma, seria a Feira da Bondade, com a Prefeitura organizando como sempre fez, montando as barraquinhas e cedendo-as gratuitamente às entidades do Município para que estas pudessem arrecadar fundos complementares; atrações modestas misturadas a artistas locais e abrindo a possibilidade para fazer um evento mais cultural (tipo estas semanas culturais que muitas cidades fazem), com gincanas escolares (provas esportivas, culturais e de arrecadação de alimentos, produtos de limpeza e agasalhos), exposições artísticas, atrações teatrais, etc... e não apenas eventos noturnos, mas ao longo do dia e para todas as “tribos”.

Talvez em Julho, no período de férias escolares.

Outra, seria a Expuã, na data atual, uma festa com a finalidade de ser o mais auto-sustentável possível (ou com o menor prejuízo que pudesse), que sem a preocupação beneficente, poderia alugar barracas e mais stands no seu interior; contaria com  artistas do primeiro escalão da música brasileira e, consequentemente, ingressos um pouco mais caros, enfim, uma festa comercial. Encampando também o Rodeio, evidentemente.

Na minha opinião, é impossível coexistir dentro de uma mesma festa: assistencialismo + shows grandiosos + ingressos acessíveis + Prefeitura sem prejuízo financeiro na sua realização.

Essa matemática é impossível de ser equacionada num mesmo evento.

Não se trata de ser a solução do problema, nem tenho tal pretensão, apenas quis refletir sobre o assunto, coisa que nunca fora feita antes em público, ao menos não tenho notícia de que algum outro veículo de mídia tenha feito; reflexão que em momentos de indefinição sempre vêm a tona, pois em tempos de fartura nunca se pensa a longo prazo.

E esta é uma ferida que ninguém nunca teve coragem de cutucar, até agora.
Mas, é claro que tudo isso pode ser apenas divagações deste blogueiro.

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