No último episódio da divagação sobre a política pública de festas em Ipuã, eu apresentava uma saída (meio arriscada é verdade) para a crise que eu anunciava que a Expuã/Feira da Bondade/Rodeio vivia há 10 anos.
A Administração da época não me ouviu minha sugestão. A atual muito menos. Quem sabe a próxima ouça.
Ou quem sabe terá de ser eu a, um dia, adotar as sugestões que abaixo seguem.
Expuã 2009 (III).
Desde que percebi
a contradição entre a Expuã e a Feira da Bondade, nos tempos de vereador e mais
clarividente na única vez em que quis colaborar com a sua organização, em 2005,
comecei a considerar a hipótese de que um dia, o problema viria a tona, e obviamente,
mais que ficar divagando sobre causas e efeitos, eu deveria pensar também numa
possível alternativa.
Criticar é fácil,
propor alguma coisa requer um pouco mais de coragem.
Sempre falei
sobre o assunto reservadamente, até porque quando fazia parte da Administração
Municipal, eu evitava, pois existia o risco de que minhas teorias e ideias
fossem tomadas não como opiniões próprias, mas como indícios de que o Governo
Municipal sinalizaria no mesmo sentido.
O que não seria
verdade, estas são ideias muito particulares acerca de uma questão polêmica,
mas em política tudo pode virar fato e prejudicar a sequência de um trabalho, e
eu não queria isso.
Minha alternativa
para a questão é uma só: Separar as festas.
Teríamos então
não uma, mas duas datas festivas em nossa cidade.
Uma, seria a Feira
da Bondade, com a Prefeitura organizando como sempre fez, montando as
barraquinhas e cedendo-as gratuitamente às entidades do Município para que
estas pudessem arrecadar fundos complementares; atrações modestas misturadas a
artistas locais e abrindo a possibilidade para fazer um evento mais cultural
(tipo estas semanas culturais que muitas cidades fazem), com gincanas escolares
(provas esportivas, culturais e de arrecadação de alimentos, produtos de
limpeza e agasalhos), exposições artísticas, atrações teatrais, etc... e não
apenas eventos noturnos, mas ao longo do dia e para todas as “tribos”.
Talvez em Julho,
no período de férias escolares.
Outra, seria a Expuã,
na data atual, uma festa com a finalidade de ser o mais auto-sustentável
possível (ou com o menor prejuízo que pudesse), que sem a preocupação
beneficente, poderia alugar barracas e mais stands no seu interior; contaria
com artistas do primeiro escalão da música brasileira e,
consequentemente, ingressos um pouco mais caros, enfim, uma festa comercial.
Encampando também o Rodeio, evidentemente.
Na minha opinião,
é impossível coexistir dentro de uma mesma festa: assistencialismo + shows
grandiosos + ingressos acessíveis + Prefeitura sem prejuízo financeiro na sua
realização.
Essa matemática é
impossível de ser equacionada num mesmo evento.
Não se trata de
ser a solução do problema, nem tenho tal pretensão, apenas quis refletir sobre o
assunto, coisa que nunca fora feita antes em público, ao menos não tenho
notícia de que algum outro veículo de mídia tenha feito; reflexão que em
momentos de indefinição sempre vêm a tona, pois em tempos de fartura nunca se
pensa a longo prazo.
E esta é uma
ferida que ninguém nunca teve coragem de cutucar, até agora.
Mas, é claro que
tudo isso pode ser apenas divagações deste blogueiro.
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