terça-feira, 19 de maio de 2015

O medo do voar.

Não leitor atento, eu não errei a preposição no título do texto.

Não falarei hoje sobre o medo de voar, ou seja, a fobia que muitos têm de voar de avião (Ptesiofobia), que confesso estar começando a adquirir em razão dos últimos acidentes aéreos noticiados na mídia, em especial aqueles que caíram no oceano (um ainda não encontrado) e aquele em que o co-piloto que, sofrendo de amores pela ex namorada, enfiou o avião nos Alpes, ao invés de beber cerveja e ouvir Henrique e Juliano como qualquer ser humano normal.

O medo do voar a que o título se refere, diz respeito ao medo que temos (pelo menos eu e uma maioria que conheço) de insetos que voam.

Note bem como uma barata no chão é sumariamente esmagada, enquanto a mesma voando, já causa um certo temor.

Grilo quando voa (e ele voa) também vira um monstro, enquanto no chão só temos o trabalho de correr atrás para matar enquanto ele pula.

Eu, desde a mais tenra infância, tenho medo de insetos alados, sobretudo aqueles estranhos e barulhentos e mariposas da luz.

Minha primeira lembrança traumática foi de uma viagem de volta à Ipuã, quando eu e minha família voltamos de uma estadia forçada de 40 dias no sertão de Goiás e nesta viagem, meu pai com os vidros abertos da caminhonete e a cabine infestada de mariposas disse para eu cobrir o rosto pois elas eram venenosas.

Nem preciso dizer que não só cobri o rosto como passei os 30 anos subsequentes com medo do tal veneno.

Apenas recentemente uma colega bióloga me tirou o grilo (olha ele aí de novo) da cabeça, me explicando que não há veneno nestas mariposas e que se existe, o risco é mínimo perto do pouco contato de uma trombada entre mim e elas.

Mas este texto todo nasceu de uma passagem que li no livro do grande Mário Sérgio Cortella (saudade dos tempos de PUC/SP), "Não espere pelo epitáfio", onde em um dos textos ele menciona que pesquisadores calculam em 7 bilhões o número de insetos para cada humano existentes na Terra e cogita a possibilidade de que apenas para 1 humano, sua "parte" resolva lhe procurar.

Suponhamos que um mínimo de 10% destes sejam alados, seria um encontro traumático para mim.

Melhor nem pensar!

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