Não leitor atento, eu não
errei a preposição no título do texto.
Não falarei hoje sobre o medo
de voar, ou seja, a fobia que muitos têm de voar de avião (Ptesiofobia), que
confesso estar começando a adquirir em razão dos últimos acidentes aéreos
noticiados na mídia, em especial aqueles que caíram no oceano (um ainda não
encontrado) e aquele em que o co-piloto que, sofrendo de amores pela ex
namorada, enfiou o avião nos Alpes, ao invés de beber cerveja e ouvir Henrique
e Juliano como qualquer ser humano normal.
O medo do voar a que o título
se refere, diz respeito ao medo que temos (pelo menos eu e uma maioria que
conheço) de insetos que voam.
Note bem como uma barata no
chão é sumariamente esmagada, enquanto a mesma voando, já causa um certo temor.
Grilo quando voa (e ele voa)
também vira um monstro, enquanto no chão só temos o trabalho de correr atrás
para matar enquanto ele pula.
Eu, desde a mais tenra
infância, tenho medo de insetos alados, sobretudo aqueles estranhos e
barulhentos e mariposas da luz.
Minha primeira lembrança
traumática foi de uma viagem de volta à Ipuã, quando eu e minha família
voltamos de uma estadia forçada de 40 dias no sertão de Goiás e nesta viagem,
meu pai com os vidros abertos da caminhonete e a cabine infestada de mariposas
disse para eu cobrir o rosto pois elas eram venenosas.
Nem preciso dizer que não só
cobri o rosto como passei os 30 anos subsequentes com medo do tal veneno.
Apenas recentemente uma
colega bióloga me tirou o grilo (olha ele aí de novo) da cabeça, me explicando
que não há veneno nestas mariposas e que se existe, o risco é mínimo perto do
pouco contato de uma trombada entre mim e elas.
Mas este texto todo nasceu de
uma passagem que li no livro do grande Mário Sérgio Cortella (saudade dos
tempos de PUC/SP), "Não espere pelo epitáfio", onde em um dos textos
ele menciona que pesquisadores calculam em 7 bilhões o número de insetos para
cada humano existentes na Terra e cogita a possibilidade de que apenas para 1
humano, sua "parte" resolva lhe procurar.
Suponhamos que um mínimo de
10% destes sejam alados, seria um encontro traumático para mim.
Melhor nem pensar!
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