Dei a sorte de prestar 2
concursos logo que concluí a faculdade, no ano 2000.
Um, em 2002, concurso
municipal para professor de história em Ipuã e outro em 2003, concurso estadual
também para professor de história.
Ambos bem organizados e
sem problemas com as empresas responsáveis, diga-se de passagem.
Tive a sorte (competência
vai, mas sou modesto) de ser aprovado em ambos.
No primeiro, o concurso
"caducou" sem que eu fosse chamado, no segundo, fui convocado no ano
seguinte, cheguei a tomar posse e escolher salas na cidade de Cosmópolis, mas o
destino me levou por caminhos diferentes.
Eu já sabia que seria nomeado
Diretor do Departamento de Educação em Ipuã no ano seguinte, e que o Estado
proibia afastamento mesmo que sem remuneração, portanto teria que escolher
entre uma coisa ou outra.
Como se preza todo professor
responsável e ético, eu já havia explicado a situação à Diretora da escola,
cujo nome eu esqueço (o nome da diretora, não o da escola) e ela sabia que eu
poderia nem assumir as aulas.
Já começado o ano de 2005,
porém de férias do Estado e sem ter começado o ano letivo, vejo cair na minha
conta meu primeiro provento de professor efetivo do Estado.
O valor era R$750,00 e se eu
exonerasse, ficaria com o salário, afinal fui professor efetivo do Estado 1
mês.
Então me telefona uma pessoa
da escola me perguntando se eu já havia tomado a decisão. Eu a comunico que
infelizmente eu deixaria as aulas que minha missão naquele momento era na minha
cidade etc e tal.
A pessoa me informa que
nestes casos eu deveria enviar documentação e explicou toda a burocracia. E
nesta burocracia, não me recordo bem os detalhes, funcionava o seguinte: caso
eu exonerasse após o mês de janeiro (estávamos nos últimos dias do mês), eu
ficaria com o salário; porém, caso eu exonerasse antes, teria que devolver o
dinheiro aos cofres públicos.
Antes que eu pudesse dizer
que esperaria mais 2 dias, ouvi um "entretanto" da pessoa.
Não recordo bem a burocracia
que explicava o fato, mas o fato é que se eu exonerasse em fevereiro, eu
ficaria com o dinheiro, e uma pessoa viria transferida de outra cidade; mas se
eu exonerasse antes, devolveria o dinheiro e as aulas seriam atribuídas a uma
professora que lecionava na escola há anos, e que prestes a se aposentar, viu
com tristeza sua não aprovação no concurso (ela não era efetiva) e o cargo que
estava há anos ser preenchido por "estrangeiros".
Quem me conhece já sabe o que
eu decidi.
Pior é que ao devolver o
salário pro Estado, não sei bem porque, acho que encargos ou taxas, devolvi
R$50,00 a mais do que recebi.
Pensei em cobrar da
Professora pelo menos estas 50 pratas.
Mas não o fiz.
Na época eu ainda contava com
alguma religiosidade, lembro de ter pensado: Deus me dará em dobro.
E deu.
Quem diria que além de parceiros de dúvidas teríamos blog. Quando puder ou quiser, olhe o meu.
ResponderExcluir-Beatriz Claro