Nos palanques da vida.

Aproveitando a polêmica criada pela foto do carro da Câmara Municipal de Ipuã, veiculada pela Folha de São Paulo, segue o texto de hoje:

Eu era Diretor do Depto de Educação, o ano não me recordo bem mas penso que deveria ser final de 2006 ou de 2007, mas pouco importa.

Um Diretora de escola me procurou dizendo que precisava de um carro para levá-la até Ribeirão Preto, para fazer compras para uma atividade que seria realizada na escola.

Como não havia disponibilidade de veículo e motorista, emprestei o carro do Departamento para ela, e ela própria iria dirigindo.

Eis que no momento em que ela vai pegar as chaves comigo na minha sala, descubro que as compras seriam feitas em um hipermercado localizado dentro de um Shopping Center da cidade.

Expliquei-lhe o problema desse carro ser visto no estacionamento do Shopping e a repercussão negativa que tal fato nos traria. Poderiam tirar fotos, fazer um carnaval dizendo que eu (já que conhecidamente era o carro era do Depto de Educação) estaria lá no Shopping usando o carro pra fins particulares etc...

Tentei demovê-la da ideia mas não teve jeito.

Ela argumentava que já havia feito a previsão financeira, que a escola contava com aqueles produtos para organizar o evento.

Tentei pedir para que mudasse o local da compra, mas ela havia feito cotação e o referido Hipermercado era disparado o mais barato.

Só me restou lhe pedir uma coisa: para não estacionar no Shopping.

Ela me atendeu e, conforme me relatou dia seguinte, parou o carro num estacionamento de uma grande empresa de advogados localizada em frente o referido Shopping, onde o guarda da empresa, após educadamente atender ao seu pedido, questionou/afirmou:

- É porque a senhora está com o carro da Prefeitura né?!

Apesar do desconforto dela, e de seus acompanhantes, de atravessar uma avenida, todos com as mãos cheias de sacolas, acredito que fizemos o correto pois, em caso de uma foto divulgada acusando-nos de usar a máquina pública, até explicar que tratavam-se de funcionários da Prefeitura em serviço, muita água teria rolado.

E como o desmentido nunca é maior que a mentira, o melhor é evitar.