domingo, 11 de março de 2012

Nos palanques da vida.

A cidade de Ipuã realiza transporte de alunos universitários para várias cidades da região.
São mais de 10 linhas que, diariamente, leva os estudantes ipuanenses para fazer cursos diversos: Graduação, Pós Graduação, Curso Técnico, etc...
Há algum tempo que uma taxa é cobrada desses alunos pelo seviço prestado.
Acontece que por motivo de inadimplência, existia na minha época (não sei como está hoje) uma dívida enorme.
Como sempre defendi que, quem usa o serviço tem de pagar por ele, comecei a estudar maneiras de coibir a inadimplência. Não conseguiria receber os atrasados, mas não deixaria dívidas para meu sucessor.
Foi então que bolamos o sistema de carteirinhas, usado até hoje.
A ideia era simples:
1. Todos os alunos deveriam ter sua carteirinha de identificação para entrar no veículo.
2. No dia do vencimento da taxa do transporte, o representante de cada linha recolheria as carteirinhas de todos os alunos.
3. Só receberia a carteirinha de volta, os alunos que tivessem pago a taxa.
4. Os alunos que não pagassem, eram impedido de entrar no veículo, "não pela falta de pagamento, mas pela falta da carteirinha".
5. O aluno deveria procurar o Depto caso precisasse de um prazo para quitar o boleto.
6. Nesses casos, lhe era dado "passes" de acordo com o dia que ele combinara de pagar. Se pediu duas semanas de prazo, era dado 10 passes, por exemplo.
7. Quando o aluno pagava, recebia a carteirinha de volta.
Apesar de críticas, birras e boicotes, conseguimos diminuir em muito a inadimplência.
O segredo do sucesso da ideia é um só: Fazer o que deve ser feito, e não querer fazer média pra ganhar voto.
Não importava quem fosse: alunos sem pagar, ficava sem a carteirinha, e aluno sem carteirinha não entrava no ônibus. Passes, no máximo duas semanas, não mais que isso.
E como, pra mim, todos são iguais e não estava preocupado em fazer média com eleitores, até uma irmã minha entrava na roda.
Ela teve de pegar passes comigo muitas vezes e sempre deixei claro ao motorista que, sem carteirinha ou passes, era para ela ser barrada, como todos os outros.
Um motorista chegou a dizer certa vez: "Nunca mais veremos um Secretário de Educação barrar a própria irmã".
Sei que politicamente minha ideia foi desastre, mas administrativamente, ela foi genial.

3 comentários:

  1. Por essas e outras, me orgulho muito de você, tenho certeza que a irmã barrada também!
    Afinal, uma determinação desse tipo não pode haver distinção.
    Ana Paula Rocha.

    ResponderExcluir
  2. É isso ai, Rocha não rateia, faz....

    ResponderExcluir