sábado, 8 de agosto de 2015

Com o giz na mão.

Longe de querer imputar no mês de agosto a fama de agourento, mas foi justamente neste mês tão querido para mim que tomei meu maior susto na carreira.

Eu retornava após 1 mês de férias, portanto sem ritmo de aula, e voltei com tudo.

Montei uma aula para usar pela primeira vez o projetor que a escola havia comprado, levei os alunos para uma sala maior e mandei ver na matéria.

O tempo seco, a falta de ritmo e o esforço excessivo da voz me deixou afônico naquela semana.

Como já havia ficado outras tantas vezes, não me importei, afinal dava poucas aulas na semana, logo estaria bem outra vez.

Acontece que na aula seguinte eu continuava sem voz e assim permaneci durante todo o mês de agosto.

Só fui procurar um médico em setembro, que me passou remédios e melhorei um pouco.

A leve melhora bastou para voltar a abusar.

Setembro é o mês da Expuã e lá fui eu novamente para o tripé poeira-bebida-falar alto (sem perceber) em meio a barulho, um veneno para a voz.

E a coisa piorou.

Perdi a voz de vez, mas não parava de dar aula, tinha que esforçar para falar, o que agravava o quadro.

Voltei ao médico e fui diagnosticado com um calo, ou coisa parecida, não ouvi muita coisa depois da confirmação do diagnóstico.

Ouvi apenas o doutor dizendo que uma fonoterapia talvez resolvesse, mas que talvez o melhor mesmo seria a cirurgia e me deu um afastamento de 1 mês do serviço, o primeiro e até hoje o único que tive a infelicidade de tirar.

Os meses subsequentes foram de tratamento intensivo de fonoterapia para reverter o problema.

Fui paciente disciplinado, mudei velhos (e maus) hábitos, adquiri outros novos (e bons), conseguimos um progresso 100% e ao procurar outro otorrino, que me acompanha até hoje, e então pude constatar que o que eu tinha, havia desaparecido.

E desde então todo recomeço de aula é uma apreensão danada, seja em agosto, seja em janeiro.

Às vezes exagero, basta uma leve afonia para eu deixar todas fonos e todos os otorrinos disponíveis malucos com minha preocupação.

Coisa de hipocondríaco que já levou susto e não quer passar por tudo o que já passou novamente.

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