domingo, 18 de janeiro de 2015

Racional ou racionar?

Ipuã tem vivido o racionamento de água entre 06:00 e 11:00 todos os dias até data indefinida. Provavelmente até o retorno das chuvas, se em quantidade esperada.

Sobre isso, penso o seguinte...

Que vivemos a maior crise hídrica da história recente, isso é fato.

Há mais de 1 ano o volume de chuva está muito aquém do esperado (e necessário) para o pleno fornecimento dos usuários.

Que a população abusa do uso, também é outro fato. Amir Klink, afirmou em controversa entrevista que o problema do desperdício é em razão do preço da água, que no Brasil é um dos mais baratos do mundo.

Em Ipuã, que se um dia lavar calçada virar esporte olímpico seremos fortes candidatos à medalha de ouro, o valor da taxa da água não se compara com cidades, por exemplo, cujo departamento de água e esgoto são administrados pela SABESP, "a Daslu da água e esgoto" como disse um amigo professor.

Que isso não sirva de incentivo aos nossos governantes, em sua fúria terceirizante, e valendo-se do habeas corpus eterno outorgado pelos eleitores, de abrir mão de um serviço próprio de abastecimento de água e vender nosso departamento para a empresa paulista.

Mas voltemos ao assunto do texto.

Apesar de todos estes senões, eu me pergunto: o que foi feito de concreto nos últimos anos (portanto não apenas na atual administração) para melhorar o abastecimento de água na cidade?

Continuamos dependentes do abastecimento via águas fluviais, leia-se córrego Santana, cujo volume de água que outrora arrastara pontes em suas cheias, tem se tornado cada vez mais um fio dágua em meio ao matagal que o circunda no perímetro urbano.

Alguma ação realizada em sua nascente principal? Algum projeto de revitalização em seu curso? Alguma fonte alternativa de captação? Perfuração de poços artesianos apesar de mais oneroso não seria uma fonte complementar? Conscientizar a população ao longo do ano e não apenas no período da seca.

Enfim, ações que resultem em prevenção e não apenas na solução imediata do problema como racionamento e multa.

O que me parece é que culpar a população como única responsável pelo problema é, por vezes, um exagero, sobretudo quando não consigo lembrar em outra ação municipal neste sentido além da troca de hidrômetros.

A população (me incluo entre ela) tem sua parcela de culpa, mas e o poder público o que fez por nós?

Deixo claro que são perguntas mesmo, não indagações capciosas para denunciar ou criticar.

São perguntas cujas respostas eu desconheço, o que não significa que não tenha respostas.

Caso autoridades - de ontem e hoje - queiram listar suas obras no sentido de melhorar a captação, tratamento e fornecimento de água em nossa cidade, o Blog terá o maior prazer em publicar.

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