Deixo as férias em que estava
por um motivo justificável: Em 2015 (e acredito que 2016) Ipuã terá um novo
sistema apostilado nas escolas municipais.
Para o próximo biênio,
fornecerá material didático apostilado e suporte pedagógico à nossa rede
municipal de ensino o Sistema UNO de Ensino.
Publicado pela Editora
Moderna, desconhecido para mim e acredito para a maioria dos docentes
municipais.
O que não significa que seja
ruim, até mesmo porque é editado pela Moderna, uma grande empresa do ramo
editorial, com larga experiência e excelência na área.
O que me preocupa é: até
quando ficaremos sujeitos às trocas de materiais didáticos apostilados?
Tivemos o NAME COC entre 2002
e 2010, livros didáticos do PNLD em 2011, FTD entre 2012 e 2014 e agora o
Sistema Uno.
Na minha visão de
especialista, estes modelos estandatizados de apostilas são basicamente iguais.
Não há como inventar a roda neste segmento.
Acontece que alguma mudança
sempre tem que agrada aos professores e desde a entrada do NAME COC (cujas
opiniões eram balizadas mais pelo marketing que pela tecnicidade) eu não via os
docentes tão satisfeitos como estavam com o FTD.
E então, em nova licitação,
esta empresa sequer comparece para a disputa (dias atrás quando os interessados
protocolaram suas participações na licitação).
Não conheço detalhes do
contrato mas deve ser padrão: 1 ano prorrogável por mais 1. Ou seja, termos
estas apostilas por 2 anos e em 2017, com uma nova administração (que pode
inclusive ser com o mesmo Administrador) teremos uma nova mudança de material?
Infelizmente nossos gestores
públicos (e não é de agora, nem privilégio desta atual administração) não
percebem que Educação não é uma mercadoria, que material apostilado não pode
ser tratado como produto. Comprar apostila é diferente de comprar óleo ou
sabão, cuja mudança na marca altera minimamente o resultado final.
Reitero que os materiais
didáticos alteram pouca coisa no que tange ao conteúdo, mas a constante troca
destes materiais acarreta em mudanças na atuação docente.
O professor que conhece o
material didático sabe exatamente qual capítulo ele deve se alongar mais, quais
matérias de sua disciplina necessitam de uma atividade extra, já possuem aulas
planejadas ao longo do ano e sabe o que e onde deve alterar metodologia e
conteúdo, etc...
Não é apenas um "novo
livro para ser tratado da mesma forma".
Continuo defendendo a adoção
de um material próprio da cidade, elaborado por especialistas contratados e em
colaboração com os docentes do município.
Um material didático
permanente cujo gasto inicial de sua implantação seria diluído nos anos
seguintes com a simples reimpressão do que já foi elaborado, com as devidas
correções/alterações mínimas justificáveis e uma completa reelaboração a cada 7
anos.
Mas não existe nesta cidade
político visionário o bastante para isso, tampouco gestor em educação com
disposição e dinamismo para empreender uma ideia desta.
Pelo menos é o que eu penso.
Enquanto isso, ficamos
sujeitos aos interesses dos políticos por este ou aquele material e/ou ao
mercado, que enquanto estão surgindo - e vencendo a licitação - grandes
empresas a Editora Moderna, o FTD e o NAME COC, ótimo, quero ver no dia que
alguma editora meia boca entrar no certame com um preço imbatível.
Talvez nem seja agora, talvez
seja daqui a muito tempo. Talvez eu nem esteja neste plano mais. Mas uma coisa
é certa, vão se lembrar que "tinha um maluco que escrevia isso num blog há
alguns anos".
Continuo defendendo o mesmo que você. Acredito que criar uma apostila própria não é reinventar a roda, mas sim personalizá-la, ganhar qualidade, uma vez que os docentes poderão sugerir melhorias, adaptações entre outras.
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