quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Escolas Municipais terão novas apostilas.

Deixo as férias em que estava por um motivo justificável: Em 2015 (e acredito que 2016) Ipuã terá um novo sistema apostilado nas escolas municipais.

Para o próximo biênio, fornecerá material didático apostilado e suporte pedagógico à nossa rede municipal de ensino o Sistema UNO de Ensino.

Publicado pela Editora Moderna, desconhecido para mim e acredito para a maioria dos docentes municipais.

O que não significa que seja ruim, até mesmo porque é editado pela Moderna, uma grande empresa do ramo editorial, com larga experiência e excelência na área.

O que me preocupa é: até quando ficaremos sujeitos às trocas de materiais didáticos apostilados?

Tivemos o NAME COC entre 2002 e 2010, livros didáticos do PNLD em 2011,  FTD entre 2012 e 2014 e agora o Sistema Uno.

Na minha visão de especialista, estes modelos estandatizados de apostilas são basicamente iguais. Não há como inventar a roda neste segmento.

Acontece que alguma mudança sempre tem que agrada aos professores e desde a entrada do NAME COC (cujas opiniões eram balizadas mais pelo marketing que pela tecnicidade) eu não via os docentes tão satisfeitos como estavam com o FTD.

E então, em nova licitação, esta empresa sequer comparece para a disputa (dias atrás quando os interessados protocolaram suas participações na licitação).

Não conheço detalhes do contrato mas deve ser padrão: 1 ano prorrogável por mais 1. Ou seja, termos estas apostilas por 2 anos e em 2017, com uma nova administração (que pode inclusive ser com o mesmo Administrador) teremos uma nova mudança de material?

Infelizmente nossos gestores públicos (e não é de agora, nem privilégio desta atual administração) não percebem que Educação não é uma mercadoria, que material apostilado não pode ser tratado como produto. Comprar apostila é diferente de comprar óleo ou sabão, cuja mudança na marca altera minimamente o resultado final.

Reitero que os materiais didáticos alteram pouca coisa no que tange ao conteúdo, mas a constante troca destes materiais acarreta em mudanças na atuação docente.

O professor que conhece o material didático sabe exatamente qual capítulo ele deve se alongar mais, quais matérias de sua disciplina necessitam de uma atividade extra, já possuem aulas planejadas ao longo do ano e sabe o que e onde deve alterar metodologia e conteúdo, etc...

Não é apenas um "novo livro para ser tratado da mesma forma".

Continuo defendendo a adoção de um material próprio da cidade, elaborado por especialistas contratados e em colaboração com os docentes do município.

Um material didático permanente cujo gasto inicial de sua implantação seria diluído nos anos seguintes com a simples reimpressão do que já foi elaborado, com as devidas correções/alterações mínimas justificáveis e uma completa reelaboração a cada 7 anos.

Mas não existe nesta cidade político visionário o bastante para isso, tampouco gestor em educação com disposição e dinamismo para empreender uma ideia desta.

Pelo menos é o que eu penso.

Enquanto isso, ficamos sujeitos aos interesses dos políticos por este ou aquele material e/ou ao mercado, que enquanto estão surgindo - e vencendo a licitação -  grandes empresas a Editora Moderna, o FTD e o NAME COC, ótimo, quero ver no dia que alguma editora meia boca entrar no certame com um preço imbatível.

Talvez nem seja agora, talvez seja daqui a muito tempo. Talvez eu nem esteja neste plano mais. Mas uma coisa é certa, vão se lembrar que "tinha um maluco que escrevia isso num blog há alguns anos".

Um comentário:

  1. Continuo defendendo o mesmo que você. Acredito que criar uma apostila própria não é reinventar a roda, mas sim personalizá-la, ganhar qualidade, uma vez que os docentes poderão sugerir melhorias, adaptações entre outras.

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