Há 10 anos eu começava a teorizar sobre a política pública de festas em Ipuã.
E começava a repensar essa Política pelo aniversário da cidade, comemorado poucos dias antes do texto ir ao ar no Blog antigo.
Pena que ao que parece esse texto continua atual.
Segue o texto.
Curiosidade: Foi o 1º texto em fonte do word diferente da "Times New Roman". No texto seguinte eu mudaria para "Arial" e assim ficaria até o final.
Há que se rever essas festas.
Faz tempo que venho defendendo uma revisão drástica na estrutura das festas promovidas pelo Poder Público em nosso Município.
Entende-se por “festas”, basicamente: Carnaval, Aniversário da Cidade e Expuã.
E
talvez por pensar de maneira tão radical, que em apenas duas vezes fiz
parte da comissão organizadora desses eventos, e bastou para que nos
anos seguintes eu pedisse minha retirada da Comissão, ao ver que minha
colaboração em nada contribuiria para a tão desejada (para mim pelo
menos) mudança radical.
O
marasmo se arrasta há décadas, haja visto que as únicas novidades em se
falando de comemorar o 26 de março (já que o tema está na berlinda) nos
últimos 10 anos foram o “Baile de Gala” e a “Pescaria”.
Sendo
o primeiro uma invenção elitista, puramente criada para atender aos
anseios de meia dúzia de pessoas que clamavam por uma festa de luxo e
ostentação, onde a “alta sociedade ipuanense” pudesse comer, dançar e
desfilar belas roupas sem o “risco” de compartilhar o ambiente com o
proletariado.
Por
isso foi tão criticado pela meia dúzia quando, recentemente, tentou-se
torná-lo (o baile) mais simples, abolindo a pompa, os ternos e longos e a
hipocrisia. Até comparado à baile country o evento foi, principalmente
por aqueles que sequer pagavam para entrar no baile nos áureos tempos de
“glamour”.
Para
minha felicidade, este baile parece que “subiu no telhado”. Participei
em apenas 3 ocasiões, sendo 2 delas, por obrigações inerentes ao cargo
que ocupava na época.
Já
a pescaria, teve seus 15 minutos de fama como ideia genial, sucesso de
público e crítica e difundida pela região afora. E ponto final.
Brigas
com o clube a parte, a pescaria tem esfriado a cada
ano, e não consegue mais o mesmo poder de atração do público que tivera
no seu início, limitando-se a atender a uma parcela (significativa, é
verdade) de ipuanenses que gostam do “esporte”.
O
que não em um evento em comemoração ao aniversário da nossa cidade, é
alijar os cidadãos que desejam comemorar a efeméride e não veem opções
para fazê-lo.
É sempre aquela mesmice de: shows, pesca, desfile, baile, ...
Pergunto: Não se pode fazer algo diferente?
E mais: Não existem alternativas para comemorar o feriado municipal?
Esse
ano, é verdade que ficou prejudicado pela chuva, mas achei que poderiam
ter aproveitado a quarta feira (véspera de feriado) com alguma
atividade (e não ficado ociosa como ficou), ao invés de concentrar shows
no sábado, quando a região já tinha uma agenda repleta.
É
inconcebível comemorar um aniversário da cidade sem, por exemplo, a
participação de escolas da cidade de alguma maneira que os alunos sejam
agentes do processo, e não meros espectadores.
Virada
cultural, virada esportiva, gincana, exposições itinerantes,
apresentações teatrais, ... Opções não faltaram nesses 60 anos para que
alguém pudesse sair da inércia que se tornou nossos eventos
comemorativos.
É só ter coragem e arriscar, e se não funcionar, tentar outra coisa no ano seguinte.
O que não dá, é para fazer sempre o mesmo, como o mesmo vem sendo feito; desde sempre.
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