quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Quando um Palhaço dá um tapa na cara do país.

Tiririca foi Deputado inexpressivo.

Eleito duas vezes com mais de 1 milhão de votos, foi massa de manobra de seu partido para, usando a legislação eleitoral falha que temos, "puxar" 2 ou 3 deputados consigo.

Com uma campanha de anedota, típica de seu estilo, o ex palhaço caiu nas graças do eleitor e se fez Deputado.

Em 7 anos de mandato, nenhum projeto (pelo menos não de destaque, ou de conhecimento público), poucos requerimentos, nem a questão dos artistas circenses que esboçou defender no começo do mandato foi adiante.

Votou favorável ao impeachment de Dilma e votou contra salvar Michel Temer nas duas vezes em que o Congresso vergonhosamente livrou a cara do corrupto, quadrilheiro e obstrutor da justiça que preside, ou pelo menos ele pensa que preside, o país.

No mais, foi um Deputado quase nada faltoso.

Méritos? De cumprir sua obrigação de pelo menos se fazer presente, de não usar todas as benesses do cargo e de não aceitar mais ser massa de manobra.

Sim, Tiririca renunciou ao cargo. Já havia decidido não mais se candidatar e agora decidiu deixar o cargo (aqui).

Não sem antes usar a tribuna pela 1ª vez em 7 anos e distribuir palavras nada lisonjeiras aos colegas de bancada e ao sistema político em geral.

Ironia do destino, um palhaço falou sério e bateu na cara dos políticos em geral (que não deve doer, acostumados que são) e na da sociedade por tabela, afinal quem elege muitos a que chamamos de corja, é o eleitor, seja pela propaganda que ilude incautos, seja pela ignorância alimentada pelos políticos, seja pelas vantagens que asseclas sempre oferecem aos eleitores nas cidades do país afora.

Renan Calheiros existe porque alguém votou. Eduardo Cunha existe porque alguém votou. Vaccareza, Gleisi, Collor, Aécio e Jucá existem porque alguém votou. E tantos outros que, se formos citar, enche essa postagem com nomes de políticos da mesma laia.

E agora podemos dizer que Titirica existiu porque alguém votou.

Pena que seu discurso despedida em nada mudará a política brasileira, acostumada a não fazer nada porque pouco se importa com a opinião pública, conhecedores de que esta também se compra. Se não diretamente, como ocorre; se compra com uma boa propaganda, uma boa campanha, a difusão de mentiras sobre adversários ou o ataque a Lava Jato.

Para a maioria, eleição tem preço; a questão é quem se dispõe a pagar por ela. É assim em todas as esferas de poder, todos os cargos. Coisa de uma superestrutura viciada que não muda e não mudará nos próximos 600 anos.

Somos um povo condenado a, bestializados, assistir ao circo que se tornou a política brasileira.

Quanto ao Tiririca, foi só mais um. 2018 surgirá outro, ou outros e o círculo vicioso continuará. Sua despedida foi em vão do ponto de vista de impacto para mudanças, talvez por questão de foro íntimo e paz interior tenha sido a libertação dele.

Mas sei lá, eu teria esperado as próximas eleições e renunciado no meio da eleição com um vídeo para viralizar na net atacando tudo, todos e falando o que sabia. Coisa para f... o partido e os candidatos apoiados por ele.

Mas eu não sirvo de base.

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