A tática não é nova.
FEBEM virou Fundação Casa; MOBRAL virou EJA, João Paulo Cunha virou João Paulo, até o Paulinho da Força vez por outra se apresenta como Paulo Pereira da Silva.
O DEM (Democratas) se chamava PFL.
Eis que o PMDB, numa tentativa desesperada de apagar o presente (e o passado recente) de falcatruas, corrupção e incompetência, altera o nome do partido, restaurando a denominação da época em que a agremiação era vista como um raio de luz na política brasileira.
Voltou a se chamar MDB, retomando o nome da época em que lutava contra a Ditadura e apresentava-se como um partido sério.
Tancredo Neves (no mausoléu), Dante de Oliveira (no túmulo) e Ulysses Guimarães (onde quer que esteja) certamente estão se remexendo de vergonha de ver a gente atual adotar o nome da época áurea do partido, época em que gente de bem, como os citados, e não gente de bens, comandava o partido.
Hoje, recheado de Temers, Gedéis, Renans, Moreiras, Cabrais, Piccianis, Cunhas e similares, o partido ocupa muito mais as páginas policiais que as políticas propriamente ditas.
Novos tempos.
Tempos em que a palavra "Partido" virou sinônimo de corrupção, a agremiação, chamada de "Organização Criminosa" pelo ex Procurador Geral da República, imagina que retirando a letra "P" promoverá o milagre da transubstanciação, transformando quadrilha em beneméritos.
A mudança me faz lembrar muito a anedota do bebum que ao entrar em uma Igreja para se redimir dos pecados, entrou na fila do batizado e ouviu do líder religioso:
- Qual teu nome?
- É João.
- Te batizo como Misael e de hoje em diante você não tem mais pecados.
Foi embora feliz da vida e ao chegar em casa, abriu a geladeira, pegou a cerveja mais gelada que havia e disse:
- Eu te batizo como suco de laranja.
Mas vai que a moda pega nas próximas eleições teremos candidatos pelo "Trabalhadores", "Sociais Democratas Brasileiros", "Progressistas", "Comunistas do Brasil", etc...
Tudo cerveja, batizada como suco de laranja.
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