terça-feira, 28 de outubro de 2014

Somos todos nordestinos.

Nasci e cresci no Glorioso Estado de São Paulo.

E pudesse escolher 100 vezes um Estado para nascer e viver, 100 vezes o escolheria.

Não sou "paulista da velha guarda, família de 400 anos" como diz a letra da música do mineiro Tião Carreiro, mas até onde pesquisei a árvore genealógica, há pelos menos 150 anos a família Rocha habita estas terras.

E em terras Santanenses, diga-se de passagem.

Mas ser paulista e amar este estado não me faz ser xenófobo.

Muito pelo contrário.

Justamente por ser paulista é que admiro outros tantos estados da federação.

Minha querida Minas Gerais, meu 2º estado.

A melhor culinária deste país (que me desculpe a Bahia), terra de tanta heterogeneidade ou "as muitas Minas Gerais" como costumo dizer: Região metropolitana é uma MG, Sul é outra, Norte mais uma, meu triângulo mineiro de tantas histórias, e por aí vai.

MG que é porta de entrada para a Bahia, que diz o ditado que "Todo brasileiro é baiano também".

E não é mentira.

Por essa razão que não existe espaço neste país maravilhoso para preconceito contra os irmãos nordestinos.

O que seria de nós sem o Nordeste?

Na cultura: o frevo, o forró, o axé, o culto afro, a capoeira,...

Na música, região que nos deu a melhor dupla de ataque da MPB com Caetano e Gil, além de mestre João Gilberto, a musa Claudinha, os cabeludos Moraes e Alceu, Zé Ramalho e sua prima Elba, até Raulzito é nordestino.

Pitty, Gal Costa e Maria Bethânia.

Djavan, Dominguinhos e Dorival Caymmi.

E como esquecer o centenário Luiz Gonzaga Rei do meu baião e do cearense Belchior meu poeta contemporâneo favorito???

Na literatura então é maldade... Do baiano Jorge Amado ao Cearense José de Alencar, uma constelação de autores.

Baianos Castro Alves e o boca do inferno Gregório de Mattos, alagoano Graciliano, os pernambucanos João Cabral e o poeta menor Mané Bandeira; Gonçalves Dias, que Deus não permitiu que visse novamente as palmeiras maranhenses onde cantava o sabiá, mesmo estado de Aluísio Azevedo.

O paraibano José Lins do Rego e a cerarense Raquel de Queirós pra não citar apenas homens.

Tem ainda Xico Sá, embaixador do Crato e Ariano Suassuna e sua dupla nacionalidade PB/PE que este ano resolveu nos deixar.

O humor Brasileiro é nordestino.

Paradoxalmente o povo que mais sofre com o preconceito, a miséria e o descaso (dos governantes) é justamente o mais dado à arte de fazer rir, muito mais difícil que fazer chorar.

Chico Anysio, mestre maior é cearense; assim como Renato Aragão (o Carlitos brasileiro) e Tom Cavalcanti. Jô Soares, carioca da gema é filho de paraibano, como Shaolin que luta pela vida atualmente.

João Cláudio Moreno do Piauí para o Brasil e tantos outros.

No cinema e TV: Cacá Diegues, Arlete Sales e Chacrinha.

José Wilker, Marco Nanini, Lázaro Ramos e Vagner Moura.

Guel Arraes, Emiliano Queirós e Oton Bastos.

Esporte, Turismo, História, Geografia, Gente (que é "antes de tudo um forte", como já sacramentava o carioca Euclides da Cunha no começo do século passado).

E a beleza da mulher nordestina???

Ivete, Claudinha e Pitty as mais conhecidas.

E as novatas: Lucy Ramos, Renata Roberta, Chandelly Braz e Rhaisa Batista.

Por estas razões, e por ter um dia sido batizado Pernambucano em uma sessão de frevo é que lanço a campanha #SomosTodosNordestinos.

Deixemos de lado todo e qualquer sentimento xenófobo para celebrar a querida região Nordeste.

Vamos colocar em prática o que cantou John Lennon, que vivo fosse estaria "curtindo uma" lá no Quadrado, em Trancoso/BA, e fazer não o mundo, mas o país "viver como um só".

Não importa de você fala "Oxente", "Uai", "Ôrra meu", "Tchê" ou "Vixe": O Brasil é seu país!!!

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