segunda-feira, 10 de abril de 2017

Ainda o Lar Escola, desculpe, a EMEB Lar Escola.

Aprovada por unanimidade, a lei que cria a EMEB Lar Escola seguiu para a sanção do Prefeito.

Os questionamentos de alguns vereadores sobre esta lei, em parte embasados no texto do Blog que apontou alguns pontos falhos na criação da referida EMEB, foram respondidos com a garantia de que não seria o cenário desastroso que o Blogueiro apontou.

Garantiram que haverá sim professores na referida escola, que mesmo sem concurso em aberto, alguns seriam remanejados de outras escolas.

Segundo informações, dois professores serão designados para a referida escola. Além de ocupar um cargo de Diretor de Escola (de livre nomeação), este disponível no quadro a ser preenchido pela atual Diretora de Creche que já atua no próprio Lar Escola.

Com base nestas garantias dadas pelos interlocutores da Administração Municipal (o Diretor de Negócio de Governo e a Diretora de Educação), os vereadores presentes (não houve 100% de presença) aprovaram por unanimidade o projeto.

Algumas considerações.

1. Sou militante da Educação há muitos anos, mais recentemente militante da Educação enquanto Política Pública de Governo, tudo o que comento, falo ou escrevo, não tem nenhum propósito político partidário subjacente. Meu intento em comentar a questão é puramente do ponto de vista técnico, nada a ver com oposição à atual Administração Municipal (que de fato eu sou, como verão no item 2), nem com o fato da escola levar o nome do meu saudoso pai.

Ainda que a Escola tivesse outro nome, tipo Lar Escola Rei Roberto Carlos e a Prefeita fosse minha mãe, eu estaria classificando este projeto como absurdo; do ponto de vista técnico jurídico didático e pedagógico.

2. Jamais criticarei motivos que levam vereadores a votar contra ou favorável a qualquer projeto. O motivo é dele, coisa de foro íntimo e não cabe a ninguém questionar.

A confiança na Administração, da qual todos eles se elegeram, deve sim ser levado em conta na hora de votar qualquer projeto.

Não é porque para mim tal palavra não tem o menor significado, que para eles têm que ser.

Apenas cobrem se vai mesmo ser cumprido o que foi prometido, porque depois de aprovado não se tem muita coisa a fazer.

E a desculpa de que "este ano não dá mais tempo de fazer concurso", e no ano que vem a desculpa do "ano eleitoral não pode fazer concurso" já é velha conhecida do feudo que atende por Secretaria de Negócios Jurídicos para enrolar vereadores, professores, cidadãos,... 

3. Se de fato serão removidos 2 professores para esta EMEB, que atenderá crianças de 6 a 9 anos (portanto, 4 salas: de 1º ao 4º ano), sendo período de manhã e tarde, totalizaria 8 turmas, pergunto: quem vai lecionar nas outras 6 turmas?

A não ser que sejam dois professores, um por turno, para lecionar para todas as crianças, numa sala multi seriada, o que seria um retrocesso de pelo menos 3 décadas.

E também que não sejam usados apenas para justificar aos olhos do MP que de fato há professores na escola conforme a Lei determina, mas tudo continua como antes de virar EMEB.

4. Agora, se a EMEB vai ser classificada como escola de tempo integral e assim receber 20% do repasse do FUNDEB pelos alunos ali matriculados, que seja criada como Escola de Educação de Tempo Integral (ETI). O que não foi.


E para ninguém falar que eu só critico...

Eu teria transformado as EMEBs das quais os alunos do Lar Escola são egressos em Escolas de Educação de Tempo Integral.

Designaria o Lar Escola como um espaço pedagógico de período contrário da referida escola, pois uma das prerrogativas da Educação Integral é que o prédio escolar não é o único espaço destinado à atividade didático-pedagógica.

Nos períodos contrários, transportaria os alunos das EMEBs para o Lar Escola (como já é feito).

Desta forma teríamos um espaço para os alunos desenvolver atividades pedagógicas nos períodos contrários orientados por Professores e auxiliado por Monitores.

Todo mundo sairia ganhando:

- Os alunos que, numa Escola de Educação de Tempo Integral o currículo favorece mais a aprendizagem.

Os pais e mães, que continuariam tendo seus filhos ocupando boa parte do dia com atividades saudáveis de lazer, esporte, cultura e didática.

A Administração Municipal que receberia 20% sobre o repasse por aluno pago pelo FUNDEB.

Os Vereadores que estariam votando algo muito menos nebuloso.

O Blogueiro que não teria que ficar escrevendo sobre este assunto, incomodado com esta "salada de frutas" que está virando o Lar Escola.

Nenhum comentário:

Postar um comentário