Thank You Rio!
Por Gabriel Ogata*.
O segundo evento esportivo mundial terminou, e a cidade do Rio de Janeiro
sobreviveu a várias previsões catastróficas. Com a vila olímpica adequada à
tempo, sem zika e sem maiores incidentes – a não ser nadadores estadunidenses
se vitimizando, ao que tudo indica, por vandalizarem na noite carioca – os jogos
olímpicos atenderam quase todas as expectativas, e pode sim ser considerado
positivo ao Brasil.
Nosso país quebrou o recorde de medalhas, tanto de ouro quanto no total,
obrigado aos atletas ‘comuns’ e militares. Mesmo sem subir ao pódio houve
considerável avanço em algumas modalidades, a exemplo do handebol, levantamento
de peso e polo aquático.
Os vira-latas de plantão podem dizer que tais feitos foram graças à
técnicos estrangeiros, mas tivemos um time de basquete treinado por um
argentino consagrado, recheado de jogadores da NBA, ainda assim decepcionou.
O cenário socioeconômico daqui está longe de ser o melhor. Insisto na
tecla que a escolha em 2009 foi mais derrota para nós e uma bela vitória a
Madrid e Chicago, concorrentes na época. Em comparação com a Copa, só amenizou
a estiagem e mudou o presidente, este muito omisso e ‘homenageado’ durante os jogos.
Já foi dito em outros textos, a partir de agora é reaproveitar os espaços
construídos ou reformados conforme prometido pelas figuras públicas, para que
milhões gastos, mesmo boa parte vindo da iniciativa privada, não virarem ruínas
como ocorreu em Atenas 2004.
Era de se esperar que a festa seria para convidados. O problema ainda
impera (ou seria emperra?) na exigência de resultados a curto prazo em terras
brasilis: muito se foi investido para que atletas tivessem estrutura a nível
das potências. Vale lembrar que os resultados de China e Grã-Bretanha vieram
com anos de treinamento enquanto E.U.A. e Japão mantêm suas renovações em suas
respectivas especialidades – podem ter certeza que Phelps e Uchimura terão
substitutos.
Para não falar que tudo foram flores durante as competições, teve espaço
para a ridícula batalha dos sexos para ver quem merecia ou alçaria mais
medalhas. Será que teríamos textões na rede social caso Marta e Fê Garay
tivessem chegado ao pódio? Será que são machistas aqueles que idolatram Weverton
– na minha opinião o genuíno herói no futebol – e Serginho por terem chegado
lá? Não nego a desigualdade de gênero e defendo o seu fim, mas tudo pode ser
debatido no devido lugar e com devidos argumentos não necessariamente
calorosos.
Do Rio 2016 fica a lição de como a cidade foi capaz de sediar eventos
globais, agora, parafraseando um mantra da Copa 2014, “Só falta construir um
país decente em volta dela”. Aliás, a começar por ela!
Que venha Tóquio
2020, desde que o governo e empresário olhem de forma decente para outros
esportes além do futebol.
*Gabriel Ogata já está de olho em Tóquio 2020.
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