segunda-feira, 18 de julho de 2016

Só Candião pode deter o Golpe em curso.

Seria louvável se eu, com 20 anos de experiência e militância em política, não tivesse visto, ouvido e lido o que PMDB(15), PPS(23), DEM(25), PSDB(45) e mais recentemente, Solidariedade(77) pensam um do outro e agora se unem em torno do mesmo ideal.

Em algum momento ou outro nestes 20 anos, lideranças destas legendas trocaram acusações, insultos, ofensas e outras "gentilezas" tamanhas que, ao vê-los todos reunidos em torno de uma candidatura única, faz desta eleição em Ipuã algo maior que a hipocrisia, faz dela um Golpe.

Não é possível que os "adjetivos" trocados em palanques, em sessões na Câmara, jornais ou em rodas de conversa tenham sido perdoados de parte a parte. Que invasão de comitê, incitação à denúncias e outras baixarias tenham ficado no passado.

Se houve perdão, gostaria de saber quem estava certo e quem estava errado quando se criticavam até bem pouco tempo atrás.

Para mim não existe outra razão para isso que não seja um projeto de perpetuação de poder.

Acreditar que uma união colocou inimigos históricos no mesmo balaio em nome do "interesse público" é desconfiar da nossa inteligência.

Entendo que o que está em curso é um Golpe, não contra as leis, mas contra a Democracia; pois acredito que o êxito desta experiência (candidatura única, sem gasto) poderá render frutos como a decisão monocrática de quem serão os próximos 3 ou 4 prefeitos de nossa cidade.

E prestem atenção: 3 ou 4 Prefeitos e não 3 ou 4 candidatos.

Esta união permitirá que decidam a ordem de quem será Prefeito nas próximas eleições, basta todos se unirem e cumprir o combinado: cada ano sai 1 candidato.

Basta sentar e se acertar novamente, como fizeram desta vez.

A candidatura única em Ipuã, em se concretizando, só será possível por 3 fatores:

1. O fim da reeleição.

2. A falta de renovação política em nossa cidade.

3. A mentalidade tacanha das lideranças políticas e da maioria dos liderados, mais preocupadas com acordos que com a democracia e a pluralidade de ideias.

Todos no mesmo balaio dificulta o surgimento de novas lideranças, afinal quem terá peito (e dinheiro) para enfrentar o "Chapão"? Formado pelos principais partidos políticos da cidade e suas respectivas lideranças, cujo apoio da elite econômica desta cidade (que deve estar esfregando as mãos com a certeza de que continuarão dando as cartas por muito tempo) é maciço.

Quem vai fazer oposição ao Chapão nesta eleição ou nas próximas?

Seja quem for, terá que começar do zero. Uma eleição após a outra, provavelmente perdendo-as, mas deixando a mensagem de resistência. Como já aconteceu no passado com o mesmo PMDB, hoje artífice do Chapão, que se firmou como oposição ao status quo da época até se firmar no cenário político brasileiro.

Hoje, uma filosofia destas (de resistência) seria algo para se consolidar em 20 anos, acredito eu.

Mas existe alguém que pode colocar água no chope do Chapão: o atual vice Prefeito, Ângelo Casagrande de Almeida, o Candião.

Expurgado da condição de candidato a vice, substituído pelo seu antagonista da eleição passada, Candião é hoje o único político, em atividade, com voto, moral e lastro para poder impedir, ou pelo menos tentar, o Golpe.

Basta ele pleitear prévias partidárias no PMDB.

O diretório municipal do PMDB teria que realizar uma convenção para a escolha de quem seria o candidato: Candião ou Nenê Barriga.

Claro que existe a chance de derrota, mas o partido sairia enfraquecido dessa disputa, abriria dissidências, o próprio Candião, sairia fortalecido por ter dado uma manifestação pública de desagravo e poderia buscar apoio em outro partido nas próximas eleições para ser candidato a Prefeito.

Poderia ainda ser candidato a Vereador, se posicionando como oposição, sem participar de comícios ou qualquer evento do Chapão, mostrando que é contrário à esta ideia.

Já pensaram em quantos eleitores, descontentes com esta união, e veriam em Candião um legítimo representante?

Se considerarmos a quantidade de pessoas que tenho ouvido dizer que votarão branco e nulo, revoltadas com tudo isso, Candião teria um enorme universo para garimpar votos e quem sabe, obter a maior votação de um vereador na História de Ipuã.

E em caso de vitória dele na convenção, claro que os derrotados no partido poderiam pedir intervenção do Diretório Estadual, comandado por Baleia Rossi, que para reverter a decisão, teria que ir contra um filiado histórico, fundador do partido, várias vezes vereador, 2 vezes vice prefeito e herdeiro legítimo do espólio político de Nenê Montanher.

Mesmo que a intervenção lhe seja desfavorável, e sua candidatura não vingue, ainda assim Candião também sairia fortalecido ainda mais para uma disputa de Vereador em 2016 ou Prefeito em 2020, afinal teria sido duplamente traído pelo partido: na esfera municipal e estadual.

O discurso estaria pronto: Foi traído pelos companheiros, não aceitou o Chapão e pediria apoio dos eleitores que compactuam com seus ideiais para que se unam em torno de um novo projeto para mudar os rumos que nossa política está tomando.

E uma troca de partido, ingressando em outra legenda para abrigar seu projeto não seria mais estranha ao eleitorado ipuanense.

Aliás, seria esperada por eles.

2 comentários:

  1. Eu sinto vergonha e tristeza ao ver como os políticos tratam o povo e como conseguem assumir uma postura tão hipócrita para se perpetuarem no poder. Seria cômico se não fosse tão triste e cruel com o povo brasileiro que tanto luta por dias melhores!

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  2. Há muito tempo não moro mais em Ipuã... Infelizmente, estou afastado dos assuntos diários e políticos da cidade. Acompanho o "noticiário" por meio de conhecidos e familiares e essa notícia não me surpreendeu. Afinal de contas, aprendemos desde muito cedo que "sucesso" é se "dar bem na vida".
    Não consigo mudar nada longe de Ipuã, mas posso mostrar meu descontentamento e de repente, usar isso como um argumento pra justificar a minha saída da cidade, que não gera oportunidade para ninguém que não seja de famílias tradicionais...
    Na última eleição, sem mesmo acompanhar projetos e/ou saber das intenções dos candidatos, votei no Léo... Sim! Por que? Bom, acho que está na hora de alguém com "sangue novo" tentar levar Ipuã para um futuro melhor.
    Caso realmente tenhamos candidato único nessas eleições, já sei que não precisarei comparecer às urnas para mudar o destino da minha cidade natal...

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