quarta-feira, 6 de julho de 2016

O que muda com uma campanha mais curta.

Talvez os candidatos não tenham se atentado mas, as eleições deste ano terão, obrigatoriamente, outra dinâmica.

A começar pelo prazo. E a partir dele, muito mais.

Reduzida de 90 para 45 dias, a campanha acaba com aquele período morno (que ia do começo de agosto até a Expuã) em que nada - ou pouca coisa - acontecia.

As campanhas eram lançadas no começo de julho e imediatamente na semana seguinte, começavam as visitas às casas em caravanas, apelidadas carinhosamente de "Santo Reis", em referência à tradição da festa popular de ir de casa em casa sendo recebidos.

Estas visitas em comitiva sempre são a melhor maneira do candidato "mostrar sua cara", apresentar-se à população e pode dizer em palanque: Visitei todas as casas desta cidade.

Terminada esta fase, vinha a fase acima mencionada, aquela em que nada, ou pouca coisa, acontecia. Os candidatos já haviam passado de casa em casa e nunca foi tradição comícios em Ipuã antes da Expuã. Portanto era a fase do trabalho "formiguinha", aquele de ir sozinho nas casas conhecidas (e desconhecidas), fazer reuniões pontuais, estas coisas mais privadas, sem a exposição pública.

No final de agosto, alguns candidatos arriscavam uma 2ª comitiva, geralmente em algum bairro cujas pesquisas mostravam resistência à sua candidatura.

Pós Expuã, começava a temporada dos comícios e, em fins de setembro, a reta final.

Nesta eleição acabou a enrolação.

Se pensarmos que se passavam até 70 dias do começo da campanha para o 1º comício, nesta eleição este prazo será reduzido para no, máximo, 30 dias.

Ou seja, começou a campanha, 30 dias teremos comícios.

E o que muda?

Entre outras coisas, candidato agora tem que se programar quanto ao material, o prazo curto não dá pra ter material just in time, mas um bom estoque pois dificilmente conseguirá novas remessas ao longo da campanha.

Outro ponto, uma campanha para vereador mais intensa no corpo a corpo com o eleitorado. A proibição de carros de som, muros pintados, faixas, ploters gigantescos nos carros e outro material do tipo "bombardeiro" terão de ser substituído pelas visitas, sobretudo para os candidatos menos conhecidos (geralmente estreantes na política) que não poderão usar tais recursos para obter maior visibilidade.

Também o novo horário eleitoral no rádio, agora apenas 10 minutos e exclusivo para candidatos a Prefeito (os de vereadores serão inserções comerciais ao longo da programação do rádio), durante 35 dias será uma verdadeira maratona aos candidatos a Prefeito, pois terão de gravar praticamente todo dia, nos primeiros dias de campanha para ter material "estocado" para ir ao ar.

O problema é que horário eleitoral é dinâmico, portanto muitas vezes tem que gravar novamente porque a fala de semanas atrás ficou defasada, rebater uma crítica feita no dia anterior, etc...

Isso sem falar das famosas e vergonhosas vigias à comitês, perseguições, churrascos, e outra$ coi$a$ mais que, por não serem lícitas, não é alvo de minha modesta análise.

Apenas um aviso: com o mundo moderno de hoje, tudo ao alcance de um flagra de celular, se alguém tiver a intenção de usá-los, melhor pensar duas (ou três) vezes.

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