Talvez os candidatos não
tenham se atentado mas, as eleições deste ano terão, obrigatoriamente, outra
dinâmica.
A começar pelo prazo. E a partir dele, muito mais.
Reduzida de 90 para 45 dias,
a campanha acaba com aquele período morno (que ia do começo de agosto até a
Expuã) em que nada - ou pouca coisa - acontecia.
As campanhas eram lançadas no
começo de julho e imediatamente na semana seguinte, começavam as visitas às
casas em caravanas, apelidadas carinhosamente de "Santo Reis", em
referência à tradição da festa popular de ir de casa em casa sendo recebidos.
Estas visitas em comitiva
sempre são a melhor maneira do candidato "mostrar sua cara",
apresentar-se à população e pode dizer em palanque: Visitei todas as casas
desta cidade.
Terminada esta fase, vinha a
fase acima mencionada, aquela em que nada, ou pouca coisa, acontecia. Os
candidatos já haviam passado de casa em casa e nunca foi tradição comícios em
Ipuã antes da Expuã. Portanto era a fase do trabalho "formiguinha",
aquele de ir sozinho nas casas conhecidas (e desconhecidas), fazer reuniões
pontuais, estas coisas mais privadas, sem a exposição pública.
No final de agosto, alguns
candidatos arriscavam uma 2ª comitiva, geralmente em algum bairro cujas
pesquisas mostravam resistência à sua candidatura.
Pós Expuã, começava a
temporada dos comícios e, em fins de setembro, a reta final.
Nesta eleição acabou a
enrolação.
Se pensarmos que se passavam
até 70 dias do começo da campanha para o 1º comício, nesta eleição este prazo
será reduzido para no, máximo, 30 dias.
Ou seja, começou a campanha,
30 dias teremos comícios.
E o que muda?
Entre outras coisas,
candidato agora tem que se programar quanto ao material, o prazo curto não dá
pra ter material just in time, mas um bom estoque pois dificilmente conseguirá
novas remessas ao longo da campanha.
Outro ponto, uma campanha
para vereador mais intensa no corpo a corpo com o eleitorado. A proibição de
carros de som, muros pintados, faixas, ploters gigantescos nos carros e outro
material do tipo "bombardeiro" terão de ser substituído pelas
visitas, sobretudo para os candidatos menos conhecidos (geralmente estreantes
na política) que não poderão usar tais recursos para obter maior visibilidade.
Também o novo horário
eleitoral no rádio, agora apenas 10 minutos e exclusivo para candidatos a
Prefeito (os de vereadores serão inserções comerciais ao longo da programação
do rádio), durante 35 dias será uma verdadeira maratona aos candidatos a
Prefeito, pois terão de gravar praticamente todo dia, nos primeiros dias de
campanha para ter material "estocado" para ir ao ar.
O problema é que horário
eleitoral é dinâmico, portanto muitas vezes tem que gravar novamente porque a
fala de semanas atrás ficou defasada, rebater uma crítica feita no dia
anterior, etc...
Isso sem falar das famosas e
vergonhosas vigias à comitês, perseguições, churrascos, e outra$ coi$a$ mais
que, por não serem lícitas, não é alvo de minha modesta análise.
Apenas um aviso: com o mundo
moderno de hoje, tudo ao alcance de um flagra de celular, se alguém tiver a
intenção de usá-los, melhor pensar duas (ou três) vezes.
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