sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Um gosto ou uma carroça de abóbora?

Minha saudosa avó materna, Vó Cida, trazia consigo a sabedoria do senso comum.

Aquela cultura ancestral do "saber fazer" e "saber falar" que somente o tempo e as pessoas certas ao seu redor são capazes de te ensinar.

Dentre as muitas palavras de sabedoria que ouvi dela nos anos em que me foi permitido conviver ao seu lado, vários aforismas que guardo até hoje na memória e sempre recorro quando me vejo em alguma situação específica.

Um destes aforismas que ela sempre dizia era: "Mais vale um gosto, que uma carroça de abóbora".

A filosofia, na minha interpretação: mais vale realizar algo que você quer muito, mesmo que pelo prazer momentâneo de satisfazer um desejo, que guardar recursos estocando algo que vai durar por muito tempo e que lhe seja o básico.

O "gosto" seria este desejo iminente, o sonho que pode se realizar agora que dispõe do recurso, ou do tempo, ou do ânimo; a "carroça de abóbora", uma previsão que durará meses, a certeza de que durante um bom tempo você sobreviverá, mesmo que com o mínimo necessário, no caso, um alimento que no passado (quando minha avó deve ter aprendido esta sentença) devia ser de valor muito maior que atualmente.

Nem preciso dizer em quem eu lembrei na hora que vi a imagem abaixo em um supermercado em Uberaba/MG.

Como desnecessário será dizer da saudade que bate em momentos assim.

E pra você? O que vale mais? Um gosto ou uma carroça de abóbora?


Um comentário:

  1. Minha avó dizia a mesma frase, que me deixava perplexa já que, mesmo naquele tempo a abóbora era uma das coisas mais baratas do mercado.

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