domingo, 13 de dezembro de 2015

Mágoa de Unespiano.

Já cantava Sérgio Reis:

"Mas hoje em dia tudo é muito diferente / O progresso, nossa gente, nem sequer faz uma ideia".

Mal sabia ele o que viria pela frente...

A especulação imobiliária avança sobre o patrimônios históricos com a ânsia de um predador que ficou à espreita da caça durante dias.

Tem sido assim desde sempre...

Na Rio de Janeiro do começo do XX, o Prefeito Pereira Passos no afã de fazer da cidade maravilhosa uma espécie de Paris tropical, destruiu casas, sobrados, e tudo mais para abrir largas avenidas, construir praças e "civilizar" a então capital nacional.

A cidade maravilhosa também sofreria nos anos 60/70 com os arranha céus feitos de concreto armado que tanto ofuscou a orla carioca.

O próprio Tom Jobim fez uma paródia de uma canção do Vinícius de Moraes/Toquinho denunciando o boom da construção civil.

Rua Nascimento Silva, cento e sete
Eu saio correndo do pivete
Tentando alcançar o elevador
Minha janela não passa de um quadrado
A gente só vê cimento armado
Onde antes se via o Redentor
É meu amigo só resta uma certeza
É preciso acabar com a natureza
É melhor lotear o nosso amor

Em São Paulo, nada resta dos antigos casarões da Avenida Paulista, hoje tomada por prédios comerciais.

Tenho suportado isso tudo calado, mas agora passou da conta.

Confira abaixo o que fizeram com o Bar do Sô Zé (Bar Santa Rita) e o Bar Fish, na esquina abaixo da antiga Unesp (que também sofreu com a construção civil, ao deixar o centro de Franca e se transferir para um  prédio totalmente estandartizado).

A sequência de fotos mostra o "antes - durante - agora" da esquina em que muitos unespianos se reuniram ao longo de anos para prosear e beber sua sagrada cervejinha.

Estão assassinando minha história. 

PS: as fotos mais atuais foram feitas in loco por mim ontem (12/12).








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