sábado, 12 de dezembro de 2015

100 anos de um gênio.

Bons cantores existem muitos.

Excelentes, são poucos.

Gênios, raros. Raríssimos.

Hoje (12/12/15) celebramos o centenário de um gênio: Francis Albert Sinatra.

Ou simplesmente, Frank Sinatra.

O filho de imigrantes italianos, nascido no bairro de Hoboken, New Jersey teria tido uma vida como a dos muitos imigrantes que vieram realizar o "sonho americano" no começo do século passado, não houvesse nascido com um dom que, se é verdade que é presente divino, Deus concede a poucos: o dom de cantar.

E como cantava. Não a toa, recebeu o epíteto de The Voice.

Ao longo da carreira conturbada (de muitos amores e muitas encrencas, prisão, suspeita de envolvimento com a máfia de New Jersey) Sinatra consolidou-se como um dos maiores cantores que o século XX conheceu.

De temperamento forte, boêmio, mulherengo, o que lhe valeu a fama de complicado, mas capaz de reconhecer novos talentos e com eles cantar em parceria.

Foi assim com Tom Jobim, cuja Bossa Nova - uma espécie de fusão do samba ao jazz - encantou Sinatra e fez aquele que ele disse ser seu trabalho mais gratificante.

A gravação do dueto com Tom Jobim teria ainda uma curiosidade, o nome de Tom saiu completo na capa do disco "Antônio Carlos Jobim", o que não agradou Frank Sinatra pois seu nome ficaria bem menor que o do novo parceiro. Resolveu então também colocar seu nome completo e não o artístico.

"O trabalho que fiz com Tom Jobim foi um dos que mais me deram satisfação pessoal e profissional em minha carreira. Ele era um gênio e fazia qualquer um que trabalhava com ele sentir-se bem".

Outro trabalho marcante, o álbum de duetos onde uma das faixas ele canta " I've Got You Under My Skin", com Bono Vox, que tinha (e ainda tem) por Sinatra verdadeira adoração.

Sobre a gravação da faixa, Vox disse que Sinatra era capaz de "preencher o momento durante aquele tempo minúsculo depois de você apertar 'gravando', e torná-lo eterno".

Não bastasse o talento no palco, Sinatra também era um talento diante das câmeras.

Das dezenas de filmes em que contracenou, destaque para "A um passo da eternidade" (1953), que lhe valeria o Oscar de melhor ator coadjuvante; e "Marujos do Amor" (1945), em que ele contracena com Gene Kelly.

Sinatra abandonou os palcos em 1995, aos 80 anos, numa série de despedidas que lotaram seus shows.

No Brasil, esteve em 1980 onde se apresentou para um Maracanã lotado (175 mil pessoas). Aliás, anos após sua apresentação, o jogador Uruguaio Ghiggia, autor do gol que tirou o título de campeão mundial de futebol do Brasil na Copa de 50 cunharia a frase célebre: "apenas três pessoas conseguiram calar o Maracanã: O Papa, Frank Sinatra e eu”.

Ou como disse Bono Vox mais recentemente: "Há uma voz nos auto falantes que acorda todo mundo para o momento: é Frank Sinatra cantando My Way".

Dentre as muitas homenagens mundo afora no triste dia de seu falecimento, a cidade de Nova York que ele tão bem eternizou em uma canção, iluminou seu edifício mais charmoso com as corem azuis em referência ao apelido Blue Eyes, que Sinatra também era conhecido, em óbvia referência à cor de seus olhos.

Em sua lápide, consta o epitáfio "The Best is Yet to Come" (O melhor ainda está por vir), título de uma canção que ele cantou em seu último show, em 25/02/1995, para uma plateia de 1.200 privilegiados.
 
Abaixo, o Globo Repórter especial em homenagem ao cantor em ocasião de seu falecimento em 1998.

Pena que não encontrei o Jornal da Globo com Lilian Witte Fibe abrindo o jornal com palavras sobre o, hoje centenário, cantor.


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