Concursos.
Por Orandes Rocha*.
Durante minha passagem pelo Departamento
Municipal de Educação tive a oportunidade de realizar 2 concursos públicos e 4
processos seletivos (chamados comumente de seleção simplificada) para empregos
de professor dos mais diversos níveis (do infantil ao PEB 2).
E é com imenso orgulho que relembro estes
fatos pois em nenhum destes 6 certames ocorridos durante nossa gestão à frente
do Departamento tivemos grandes problemas.
Não houve sequer uma única ação junto ao
Ministério Público questionando a lisura ou a transparência nas ocasiões acima
citadas.
Divido o mérito com muita gente: agentes
políticos, servidores municipais, colegas professores sempre presentes na
comissão organizadora do concurso enfim, uma equipe comprometida com o mesmo
ideal.
E também com as empresas contratadas que
realizaram tais provas de maneira ética profissional.
E é nesse ponto que abro parênteses.
Em que pese toda a minha preocupação em
realizar um concurso de maneira justo e transparente, princípios éticos que
sempre nortearam minha vida pública, acredito que contei com uma boa dose de
sorte.
Sorte no sentido de que, até realizar um
primeiro concurso, a empresa é, até então, desconhecida. Salvo casos em que já
se conhece de outras épocas ou que tenha prestado concursos com tal empresa em
alguma ocasião, o que não eram meus casos.
Não conhecemos sua capacidade e idoneidade
até então.
E as empresas que nos prestaram os concursos
sempre se mostraram competentes e merecedoras de nossa credibilidade. Evidente
que algum problema ou outro é inevitável, mas repito: nenhum incidente grave
foi relatado à época.
O que aconteceu e sempre irá acontecer foram reclamações
de natureza pessoal: de que fulano foi favorecido por ser parente do sicrano;
beltrano passou porque é do mesmo lado
político etc e tal.
Para diminuir isso um pouco, ao menos em
relação à suspeição com a minha pessoa, sempre orientei a todos os amigos e
parentes que prestavam as provas, revelar assim que fosse solto o gabarito, a
quantidade de pontos feitos, e que mostrasse para o maior número de pessoas, as
respostas nos gabaritos assim que deixassem a prova.
Fosse hoje, já experiente, eu faria
completamente diferente. Não contaria com o fator sorte, por exemplo.
Eu evitaria qualquer menção negativa ao
certame ou suspeição de ilegalidade contratando uma grande empresa para
realizar concursos públicos municipais. Empresas destas de renome nacional como
Vunesp e Cesgranrio.
Mesmo que me custasse 10 vezes mais o que eu
pagaria por empresas de pequeno e médio porte.
Não que estas empresas menores não sejam
competentes e idôneas, muito pelo contrário, não tive qualquer reclamação com
as que eu trabalhei ou prestei concursos em Ipuã, mas que no tempo em que
vivemos hoje, nada melhor que seguirmos o conselho que o imperador romano Júlio
César, lá por volta de do ano 60 a.C. (há mais de 2000 anos): “À mulher de
César não basta ser honesta, tem de parecer honesta”.
Quem sabe algum dia isso não se concretiza.
*Orandes Rocha é mestre em Educação: Currículo
pela PUC/SP e ocupou o Departamento de Educação e Cultura do município de Ipuã
entre Jan/2005 à mar/2008, de onde saiu por conta própria e apesar de terem
sido anos felizes e proficientes, jurou nunca mais voltar.
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