domingo, 22 de março de 2015

Este mês em "A Voz Ipuanense".

Concursos.
Por Orandes Rocha*.

Durante minha passagem pelo Departamento Municipal de Educação tive a oportunidade de realizar 2 concursos públicos e 4 processos seletivos (chamados comumente de seleção simplificada) para empregos de professor dos mais diversos níveis (do infantil ao PEB 2).
E é com imenso orgulho que relembro estes fatos pois em nenhum destes 6 certames ocorridos durante nossa gestão à frente do Departamento tivemos grandes problemas.
Não houve sequer uma única ação junto ao Ministério Público questionando a lisura ou a transparência nas ocasiões acima citadas.
Divido o mérito com muita gente: agentes políticos, servidores municipais, colegas professores sempre presentes na comissão organizadora do concurso enfim, uma equipe comprometida com o mesmo ideal.
E também com as empresas contratadas que realizaram tais provas de maneira ética profissional.
E é nesse ponto que abro parênteses.
Em que pese toda a minha preocupação em realizar um concurso de maneira justo e transparente, princípios éticos que sempre nortearam minha vida pública, acredito que contei com uma boa dose de sorte.
Sorte no sentido de que, até realizar um primeiro concurso, a empresa é, até então, desconhecida. Salvo casos em que já se conhece de outras épocas ou que tenha prestado concursos com tal empresa em alguma ocasião, o que não eram meus casos.
Não conhecemos sua capacidade e idoneidade até então.
E as empresas que nos prestaram os concursos sempre se mostraram competentes e merecedoras de nossa credibilidade. Evidente que algum problema ou outro é inevitável, mas repito: nenhum incidente grave foi relatado à época.
O que aconteceu e sempre irá acontecer foram reclamações de natureza pessoal: de que fulano foi favorecido por ser parente do sicrano; beltrano passou porque  é do mesmo lado político etc e tal.
Para diminuir isso um pouco, ao menos em relação à suspeição com a minha pessoa, sempre orientei a todos os amigos e parentes que prestavam as provas, revelar assim que fosse solto o gabarito, a quantidade de pontos feitos, e que mostrasse para o maior número de pessoas, as respostas nos gabaritos assim que deixassem a prova.
Fosse hoje, já experiente, eu faria completamente diferente. Não contaria com o fator sorte, por exemplo.
Eu evitaria qualquer menção negativa ao certame ou suspeição de ilegalidade contratando uma grande empresa para realizar concursos públicos municipais. Empresas destas de renome nacional como Vunesp e Cesgranrio.
Mesmo que me custasse 10 vezes mais o que eu pagaria por empresas de pequeno e médio porte.
Não que estas empresas menores não sejam competentes e idôneas, muito pelo contrário, não tive qualquer reclamação com as que eu trabalhei ou prestei concursos em Ipuã, mas que no tempo em que vivemos hoje, nada melhor que seguirmos o conselho que o imperador romano Júlio César, lá por volta de do ano 60 a.C. (há mais de 2000 anos): “À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta”.
Quem sabe algum dia isso não se concretiza.

*Orandes Rocha é mestre em Educação: Currículo pela PUC/SP e ocupou o Departamento de Educação e Cultura do município de Ipuã entre Jan/2005 à mar/2008, de onde saiu por conta própria e apesar de terem sido anos felizes e proficientes, jurou nunca mais voltar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário