Sobrevivi, porém não livre de sequelas, a
mais uma edição das compras de fim de ano da família na cidade de Ribeirão
Preto.
Não vou falar do calor infernal, do trânsito
caótico e da peregrinação em lojas.
Falarei apenas sobre Shopping Center.
Com outros 363 dias no ano para ir ao
shopping, minha família escolhe, tradicionalmente há anos, os dias 23 ou 24 de
dezembro.
Evidentemente, os Shoppings centeres estão
completamente lotados. Todos! Até aquele do centro
E todas as lojas lotam. E todos os
estacionamentos lotam. Parece que cada pessoa foi em um carro e a procura por
vaga quase acaba em guerra civil.
Mas o que mais me irrita em shopping nesta
época do ano, é a praça de alimentação.
E encontrar mesa vazia na praça de
alimentação vira um exercício à paciência. Principalmente para quem, como eu,
que desgarrei da família para me alimentar, fiquei sozinho na mesa.
Quando meu n° apareceu no visor do
restaurante, indicando que meu pedido estava pronto, fiquei na dúvida: se eu
levantasse, corria o risco de perder a mesa que, por horas procurei e só
consegui porque fiquei varejando entre os consumidores, olhando seus pratos de
comida para tentar deduzir qual deles estava próximo de se levantar.
E espreitando consumidores e seus pratos,
consegui uma mesa na qual tive de conviver com pratos empilhados e restos de
comida porque o pessoal da limpeza, atolado em serviço, demoraram limpar.
Pensei em deixar a carteira sobre a mesa,
gesto universal de quem aquele lugar está reservado, mas havia o risco, e a
certeza, de que poderia ser roubada.
Outra hipótese, colocar cadeiras viradas em
cima da mesa, mas não sei se a administração do shopping aprovaria.
O jeito foi levantar e ir até lá e, ao
voltar, ver o que eu já sabia: havia perdido o lugar. Fiquei varejando
novamente, desta vez com um prato de talharim com camarão com tempero de ervas
finas e filé de salmão grelhado, nas mãos sem poder comer, e espreitando novos possíveis locais onde seus
ocupantes estivessem prestes a sair.
Ainda que corresse o risco de ter de almoçar
em meio à pilha de pratos e seus
respectivos restos de orgânicos que outrora alimentou famintos consumidores e
agora jaziam ali como símbolo do desperdício.
Minha vontade era sentar no chão e ali mesmo
devorar meu prato que, a propósito, começava a esfriar.
Felizmente encontrei um local e pude
desfrutar da minha merecida refeição calmamente.
Se você é homem e acompanha sua família nas
compras natalinas em Ribeirão Preto nos dias que antecedem o Natal, receba
minha solidariedade e meus respeitos.
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