terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Demorou pra acontecer.

"O espetáculo tem que continuar".
Com essa frase chavão, Pedro Bial encerrou a maior polêmica envolvendo as 12 edições do Big Brother Brasil.
O BBB é, desde 2001, o grande produto da Globo no começo do ano.
Dele já saíram artistas que alcançaram estrelato, outros que tiveram seus 15 minutos de fama, belas gostosas que estamparam capas de revistas e depois desapareceram e, é claro, dezenas de celebridades instantâneas que, se cruzarmos na rua hoje, nem saberemos quem são.
O nome do programa é uma referência ao livro "1984", de George Orwell, onde num futuro dominado pelo totalitarismo, o governo opressor usava como forma de vigiar os cidadãos e divulgar os ideias governamentais, televisores obrigatoriamente instalados em todos os lares e em locais públicos, onde pudessem ver e ser vistos 24 horas por dia.
Ao apresentador da TV, davam o nome de Grande Irmão.
No BBB, esse papel cabe ao brilhante jornalista Pedro Bial, que me pergunto até hoje por que ele se presta a um papel desses.
No papel de "Deus", fica o diretor do porgrama, que escolhe a dedo os integrantes de acordo com o "script" que ele imagina para cada ano, ou acha que o aumento no número de participantes homossexuais é coincidência?
Como é o tema da moda, espera-se que o público se interesse mais pelo BBB, além de ser garantia de polêmica (haja visto Ariadna) que, como se sabe, é a mola mestra dos reality shows.
Mais ainda, o diretor controla os brothers e sisters facilmente:
Quer mais romance? Festas
Romances picantes? Festa + bebida + funk.
Brigas e confusões? Corta proteínas na "ração" fornecida aos cativos da TV. De que forma? fazendo uma prova da comida impossível de ser realizada.
Quer que alguém polêmico vire líder? Faça uma prova do líder valorizando as características da pessoa que se quer como líder.
E muitas outras estratégias que sequer imaginamos.
E ficamos todos nós, do lado de cá dando uma "espiadinha" na casa "mais vigiada do Brasil".
Demorou pra acontecer algo assim, uma vez que a cada ano o nível dos competidores só piora.
Para manter a audiência, vão inovando e apostando em polêmicas cada vez maiores. Personalidades fortes e explosivas, que confinadas dentro de uma casa por vários dias longe de qualquer outro contato, é certeza de acabar em confusão.
Como a última ocorrida, onde um dos participantes teria aproveitado da garota bêbada para fazer sexo.
O nome disso? Pra mim, estupro.
Deu polêmica, até a Ministra dos assuntos de defesa da mulher exigiu que as autoridades competentes atuassem.
Veículos de comunicação deram conta que houve acareação, com polícia e tudo.
Briga de agentes dos participantes envolvidos nas redes sociais.
Agentes????
Ora bolas, porque ilustres desconhecidos até duas semanas atrás tem que ter agentes?
Ou será que são por meio de agentes que são escolhidos os participantes? Assim for, você que manda seu vídeo não passa de um enganado pela direção do programa.
Seja como for, a polêmica fez com que a Globo eliminasse o rapaz por "grave comportamento inadequado", conforme informou o Pedro Bial.
Só isso seu Bial?
Houve mesmo estupro?
O rapaz se manifestou em sua defesa?
O que disse a moça?
A polícia interveio mesmo?
Quem deu bebida pra ela na casa não tem responsabilidade?
A tal da "voz" (Boninho) que sempre recrimina os participantes quando estes citam nomes de produtos, ou falam sobre programas de outras emissoras, e mesmo quando não usam microfone, não se manifestou na hora do ato sexual sem consentimento?
Voz essa que certamente já instruiu os participantes a não se pronunciar sobre o ocorrido, fingindo de conta que nada aconteceu.
Muitas perguntas vão ficar no ar, sem respostas e sabem por que?
Porque nós, palhaços, que consumimos esse lixo enlatado que insiste em sujar a TV brasileira, há 12 anos, necessitamos de dar mais uma espiadinha na casa mais vigiada do Brasil.
E afinal, o espetáculo tem que continuar.

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