Se um dia a ideia que tenho de escrever um livro sobre morte sair do papel, haverá nele um capítulo dedicado à morte de personalidades e o impacto que elas tiveram na minha vida.
Não me refiro à morte de ídolos como Ayrton Senna, que obviamente causou comoção nacional e impactou praticamente todos os brasileiros, nem mortes como a do Presidente Tancredo Neves ou a do cantor Leandro, cujo país acompanhou todo o padecimento até o último instante.
Mas à morte de outras personalidades, que quando aconteceram nós nos damos conta do quanto sentiremos sua falta.
Sem puxar muito na memória recordo os seguintes casos de personalidades que só percebi o quanto gostava deles e o quanto sentiria sua falta, após a notícia de sua morte: Tião Carreiro, Tom Jobim, Dias Gomes, José Wilker, Dr Osmar de Oliveira e Deva Pascovich.
E claro, há nossos ídolos que, por mais estranha que seja essa afirmação, a gente nunca pensa que sejam mortais. Temos a sensação de que nossos ídolos são imortais e por isso a notícia do seu passamento nos choca tanto.
Foi o que aconteceu comigo nas mortes de Renato Russo, Sócrates e Belchior.
A morte do jornalista Ricardo Boechat talvez entre naquele primeiro caso, dos que a gente só percebe o quanto gostava e o quanto sentirá sua falta agora.
Sempre o tive na conta de melhor âncora do rádio e da TV brasileira, acompanhava sua carreira desde os tempos de Bom Dia Brasil, tempos depois em razão de viagens semanais à São Paulo, acompanhava pela rádio e, mais recentemente, seguindo-o nas redes sociais onde postava seus sempre pontuais comentários sobre a política brasileira.
Em tempos de patrulha ideológica e de politicamente correto, fará falta pessoas como Ricardo Boechat.
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