Teoria controversa, refutada por muitos teóricos, filósofos e por palpiteiros de plantão.
Mas o Blogueiro insiste nela mesmo assim, quem sabe um dia o tempo me dê razão.
Há 10 anos atrás eu filosofava sobre o Carnaval
Mais que uma quarta-feira de cinzas.
Se pudesse descrever o carnaval de Savador com uma só palavra, diria "tristeza".
Não que o carnaval mais famoso do país não seja alegre, evidente que é.
Não que a diversão dos 5 dias de carnaval para os turistas, que lá visitam todo ano, não seja garantida, é.
Óbvio que o Carnaval da Bahia é a Meca dos roteiros para todos nós, simples mortais.
Mas
sempre que me imagino lá, e sempre me imagino sobretudo nessa época do
ano, eu penso no término dessa apoteose, que acontece na quarta-feira de
cinzas com o encontro dos Trios Elétricos na Praça Castro Alves (que "é do povo, como o céu é do condor").
Imagino
um final de tarde, o sol se pondo no horizonte, os principais trios se
encontrando naquele local tão emblemático e é justamente quando o
turista tem a consciência de que ACABOU. Se você tem a minha idade, vai
se lembrar de ter um nó na garganta quanto terminava o Fantástico com
aquela musiquinha e você então se dava conta de que seu fim de semana
havia terminado.
Pior
se fosse domingo véspera de volta às aulas, pior ainda se você morasse
fora. Era uma sensação angustiante, um misto de incerteza com
arrependimento por achar que não aproveitou como deveria ter
aproveitado.
Pois bem, imagino ser a mesma sensação.
Final
do Carnaval, regresso à sua cidade de origem à vista. Mais que isso,
regresso à normalidade à vista. Hora de voltar a rotina de pessoa
física, de despir-se da fantasia de folião que durante 5 belos (e
curtos) dias fizeram de você, uma pessoa diferente daquela que levanta
cedo todo dia para ir trabalhar.
Os
dias no hotel ficaram para trás; os dias na praia, apenas na memória e
na fotografia; até aquela morena de parar o trânsito que passou os 5
dias contigo e que trocaram juras de amor eterno ao pôr-do-sol na Praia
de Itapuã, será apenas uma doce lembrança.
Cada um para um lado, descobrindo a efemeridade do Carnaval e da vida.
Sonho com o dia em que poderei ver se essa minha divagação tem um fundo verdadeiro.
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