Não o trote violento, mas aquela boa e velha humilhação a quem passa no exame vestibular.
Os motivos?
Eu explicava há 10 anos atrás.
Trote
De agora, até final de fevereiro, está a aberta a temporada de caça aos Bixos (com "x" mesmo, como pressupõe a tradição).
Por todo o país, nas
esquinas das cidades, em cruzamentos de grandes avenidas, lá estarão
eles, cabeças raspadas (homens) e pintados, sujos, com roupas em
frangalhos, pedindo dinheiro e geralmente bêbados. Junto deles, um sem
número de pessoas organizando este evento que não é só um rito de
passagem, é um rito de passagem necessário.
Claro que falo do trote.
Sou totalmente
favorável ao trote. Não àquele que deixa a pessoa em coma alcoólico ou
com sequelas físicas, muitas vezes, causando morte.
Mas a humilhação, a
ridicularização e a execração pública de uma figura que deixa de ser um
aluno da Educação Básica para se tornar Estudante do Ensino Superior, é
antes de qualquer coisa, um ritual importante, pois significa a morte
simbólica de tudo aquilo que o estudante foi até então e que em nada
importará ou significará na nova vida. O aluno entrará em um novo mundo,
onde tudo o que aprendeu até então não terá serventia alguma, aliás,
deverá é esquecer-se dessa vida passada.
Aquela figura de
estudante de escola, com direito a sinal de intervalo, provinhas
medíocres e dependência de professores pra tudo; tem de realmente
"morrer", desde que é claro, renasça para uma nova vida, a vida
Universitária.
E querem melhor maneira de "matar" aquilo que a pessoa foi a vida toda, que uma bela execração pública, expondo-o à humilhação?
E engana-se quem
pensa que o trote limita-se aos amigos e conhecidos na sua cidade, o
pior ainda está por vir, na sua faculdade; onde até o dia 13 de maio os
Veteranos têm direito a dar trote nos Bixos.
Resta o consolo de saber que ano que vem é a sua vez de manter a tradição!
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