domingo, 3 de setembro de 2017

Em qual Boate você vai?

Tenho presenciado um fenômeno interessante nesta proximidade de Expuã 2017.

Ao invés de ser perguntado sobre os shows, sobre quais dias irei ou qual show acredito que seja o melhor ou de maior público, a pergunta mais corriqueira que me fazem é: Você vai em qual boate?

Tudo porque neste ano serão duas, as opções de entretenimento pós show: a tradicional boate dentro do recinto, e uma boate a ser realizada em recém inaugurada casa de shows na cidade.

Ambas com estrutura e programação de shows invejáveis a qualquer festa da região, diga-se de passagem.

Por razão de gosto (não curto muito boate) e economia (a crise me pegou), muito provavelmente não vá em nenhuma, infelizmente.

E se fosse não saberia em qual delas ir.

Pesando prós e contras, daria empate técnico na minha preferência.

Mas não é sobre isso que quero falar.

Quero falar sobre a minha percepção de que a existência de duas Boates pós show acabou por "encolher" o fato gerador: a Expuã.

Posso estar enganado, talvez seja apenas em meu restrito círculo de amizades (se bem que até alunos de outra cidade me fizeram a mesma pergunta) mas a impressão que tenho é que o público está mais ansioso com as Boates do que com os Shows e o Rodeio.

Como se a Expuã tivesse ficado em 2º plano para grande parte do público da festa.

E quais seriam as causas desta secundarização da Expuã/Feira/Rodeio?

Longe de querer dar uma resposta definitiva, mas vejo vários fatores que convergidos levariam a esta, se é que ela existe mesmo e não seja uma percepção errada minha, secundarização da Expuã/Feira da Bondade/Rodeio.

1. Ausência de camarote.

O público da boate é basicamente o mesmo que se reunia para comprar camarotes. A falta de um espaço para se socializar antes e depois dos shows será suprida pelas boates.

2. Shows mais modestos.

Acostumados a taxar a Expuã de Quermesse em outros tempos, aquela parcela do público que imaginava que a Expuã seria diferente sob nova Administração Municipal torce o nariz (ainda que não confessadamente) para artistas que não sejam considerados como "top" ou "do momento".

O dilema desta parcela do público (assumir a hipocrisia ou não prestigiar a Festa) faz com que alternativas como as Boates seja um alento à Festa mais modesta.

3. Opções para o público.

Prática comum antes de 2001, foi a partir daquele ano que a Prefeitura Municipal passou a não conceder alvará para a realização de evento noturno nos dias da Expuã.

Este ano, com a permissão, os promotores de eventos da cidade acabaram por inovar na conquista do público; justamente quem acabou ganhando com esta concorrência.

4. A pouca opção pós show.

O espaço comumente chamado de "Palco Alternativo" há tempos não consegue atrair o público no pós show.

Este espaço deveria ter melhor atenção por parte dos organizadores.

Se a qualidade dos artistas a se apresentarem nele tem sido boa, sobretudo com talentos da cidade, o mesmo não percebemos na localização do palco, na qualidade do som e na divulgação e incrementação deste espaço.

O excesso de merchans realizados em anos anteriores praticamente "matou" as apresentações.




De tudo isso conclui-se que sou contra as Boates?

Jamais!

Tudo o que contribuir para dar opções - de qualidade - de lazer e diversão aos ipuanenses e visitantes é sempre muito bem vindo.

Apenas ressalvo que a Comissão Organizadora não pode ficar alheia a esta secundarização da Festa nem tampouco deixar acabar o "Palco Alternativo", que aliás deve ser incrementado para que também possa concorrer com as Boates na conquista do público.

Seja para os talentos da cidade terem uma oportunidade a mais de se apresentarem, seja para o público que, assim como eu, com pouco dinheiro para gastar na Festa, ficará de fora das Boates.

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