quarta-feira, 30 de novembro de 2016

A história se repete, mas não como piada.

Em 1996, uma avenida de Ipuã foi apelidada de "13º", pela oposição à Administração da época, em razão do não pagamento do 13º salário aos servidores municipais naquele ano.

A piada dizia que o dinheiro para o pagamento do 13º havia sido usado na construção da Av Ulisses Guimarães, doravante, 13º.

O ex Prefeito afirmava que deixou o dinheiro em caixa para tal pagamento. A oposição dizia que não.

Pelo sim, pelo não, a piada pegou e até hoje a Avenida é assim chamada.

Em 2004, o salário de dezembro dos servidores municipais não foi pago pela Administração da época (o 13º foi pago certamente para evitar ser alvo da mesma piada incômoda), cabendo a Administração que sucederia (ironicamente a mesma que fora alvo da piada citada), arcar com esta dívida, sem qualquer dinheiro deixado para tal finalidade.

Pagou em duas vezes uma conta que não era sua.

E por que não virou piada?

Primeiro porque a militância da Administração entrante sempre foi fraca nesse sentido, pra não dizer inexistente.

Segundo, porque o eleitorado da Administração que não pagou o salário é muito complacente, aceita qualquer coisa numa idolatria sem limites, até ficar sem receber (no caso de servidores correligionários).

E terceiro, porque não havia qualquer obra para ser alvo da piada.

Em 2016, não pagando as horas extras que os servidores fizeram e com o 13º correndo risco, a atual Administração poderia perfeitamente sofrer a mesma piada, não fosse novamente a oposição fraca, o eleitorado PMDBista complacente e a falta de obras.

As horas extras estão vergonhosamente não sendo pagas numa tentativa desesperada de fechar as contas da Prefeitura Municipal e fugir dos rigores da Lei de Responsabilidade Fiscal, caindo por terra a mentira do dinheiro em caixa que abundava como nunca antes na história desta cidade nos cofres municipais, tão propagada sobretudo na campanha deste ano.

Uma falácia usada eleitoralmente com o intuito de vender a imagem de uma gestão séria, austera e compromissada com a saúde financeira.

Não por outro motivo, chamaram às pressas Sebastião Cruz para o Departamento de Finanças para consertar, ou pelo menos tentar, os desmandos ocorridos ao longo de 3 anos e meio.

E a fatura da farra está vindo alta demais.

Não pagar horas extras feitas no mês, deixando-as para fevereiro (como estão dizendo) trata-se de um "jeitinho" de mascarar as contas municipais para serem aprovadas, pois em tese não entrariam como dívidas nem como despesa, seriam empurradas para debaixo do tapete, para Tribunal de Contas engolir.

E se não engolir? ora bolas, a Câmara aprova contas rejeitadas como já o fizera antes sem qualquer pudor.

Que os Vereadores em clima de fim de feira não aceitem isso; e os novos, sobretudo os estreantes, provem que não é porque não houve chapa de oposição para o Legislativo, que todos os eleitos são subservientes.

Karl Marx estava certo: "A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa".

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