Desafios para a próxima Legislatura: Educação.
Por Orandes Rocha*.
Terminado o pleito municipal de 2016 e já
definido Prefeito e Vereadores para o período de 2017 – 2020, hora de começar a
pensar nos desafios que nossos políticos terão pela frente para o próximo
mandato.
Abaixo, apenas algum deles.
01.
Plano de Carreira.
Elaborado pelos professores municipais e
entregue ao Prefeito Municipal, um novo plano de carreira para os professores
encontra-se em fase de estudo.
Ressabiados em razão de uma experiência
semelhante - há 15 anos atrás quando alguns professores, também a pedido,
redigiram um Plano de Carreira que, apresentado ao prefeito da época, nenhuma
questão sequer foi incorporada ao texto enviado às Câmara - os professores
desta vez esperam que o Plano elaborado não tenha o mesmo desfecho que o de
2001, e que se não a totalidade, algo realmente difícil, mas boa parte de suas
reivindicações presentes no referido Plano sejam contempladas no Projeto a ser
enviado à Câmara.
Caberá aos próximos vereadores a discussão e
votação deste importante projeto, talvez logo no primeiro ano do próximo
mandato.
Claro que sempre existe a possibilidade de
enviar o projeto para ser votado ainda na atual legislatura, sobretudo se as
reivindicações dos professores não forem atendidas, e dessa forma ser votado
por uma Câmara cuja renovação atingirá mais da metade de seus quadros e,
portanto, em teoria, mais propensa a aprovar temas polêmicos uma vez que não
sofrerão com as cobranças pelos próximos 4 anos.
Claro também que há a chance do mesmo
contexto representar uma derrota fragorosa do Executivo, pois vereadores em
final de mandato também têm a perder e, sem o compromisso da relação
institucional com o Prefeito pelos próximos 4 anos, optar por rejeitar um
projeto de lei polêmico.
Acredito mesmo que caberá aos novos
vereadores a discussão e votação deste Projeto.
02. Educação
de Tempo Integral.
O esboço de Educação de Tempo Integral
surgido na Administração anterior foi completamente suprimido pela atual.
A EMEB que desatinava aulas de Balé, Violão,
Computação etc..., no período contrário às aulas regulares, não as oferece há
algum tempo.
Pauta constante em todas as discussões sobre
Educação e bandeira de luta de boa parte dos candidatos a Vereadores, a
Educação de Tempo Integral precisa urgentemente tornar-se uma realidade em
Ipuã.
Aulas em períodos contrários oferecendo
opções que contemplem os 3 campos da Educação Integral: educação (reforço escolar, informática, clube
do livro,...), cultura (música, balé, artes, ...) e esporte (futebol, basquete,
natação,...).
No momento em que o Governo Federal acena
para a possibilidade de expansão desta modalidade de ensino, é preciso que
Legislativo e Executivo fiquem atentos para a possibilidade da existência de
recursos federais para a implementação desta ideia.
03.
Flexibilização do currículo do Ensino Médio.
Apesar do Ensino Médio não ser uma etapa do
ensino cuja responsabilidade é do Município, mas do Estado, há que se
considerar que a etapa anterior a ele (Ensino Fundamental II) em se confirmando
a aprovação da MP que flexibiliza o currículo do Ensino Médio, certamente
haverá a necessidade de alguma modificação no referido Ensino Fundamental para
melhor preparar nossos alunos para a etapa seguinte.
Alguma ação curricular deverá ser realizada e
caberá ao Conselho Municipal de Educação, propor ações neste sentido.
Conselho este que conta com membros
representando a Câmara Municipal e, portanto, caberá a ele, fazer a diplomacia
entre os anseios dos professores, a Câmara Municipal e as propostas do
Executivo neste sentido.
04.
Apostilas.
Um assunto cuja competência é do Executivo, e
apenas a ele cabe decidir sobre isso, mas que qualquer vereador pode, com a prerrogativa
de fiscalizar as ações do Executivo e defender os interesses da coletividade, procurar
se interar e cobrar uma ação difrerente da que vem sendo realizada nos últimos
anos.
A Educação Ipuanense está em seu 4º sistema
apostilado em 6 anos.
Foram 4 trocas de apostilas em meia década;
algo que entendo ser prejudicial a professores, cujas mudanças atrapalham na
preparação de aulas e no conhecimento global da matéria (que cada material traz
de um jeito as divisões do conteúdo das disciplinas); e também aos alunos, que
a cada mudança se vêem obrigados a “recomeçar” um novo material.
Isso sem citar o viés ideológico que cada
material apresenta na sua elaboração.
05.
Diretoras(es) de escolas.
Cobrar do Executivo que seja atendido a
prerrogativa do Plano Nacional da Educação (PNE) e que Diretoras(es) de escolas
sejam escolhidos por eleição e não por indicação do Prefeito, acabando assim
com os “feudos” que se formam quando Administrações se perpetuam por longo
tempo no poder, bem como possíveis arranjos eleitorais a que a ditribuição
destes cargos estão sujeitos.
06.
Escola sem partido.
A onda conservadora que invade o país criou,
pelas mãos do Clã Bolsonaro (um vereador da família apresentou um projeto na Câmara
do Rio der Janeiro e um Dep. Estadual, da mesma família, apresentou na
Assembleia do Estado do RJ) uma imbecilidade chamada “Escola Sem Partido”.
A ideia de que ao ensinar sua disciplina, o
professor não pode apresentar qualquer viés ideológico, seja ele político,
religioso, racial, de gênero...
Lembrando sempre que manifestar não é o mesmo
que impingir, e muitas disciplinas, como História por exemplo, são impossíveis
de serem ensinadas sem a tomada de posição do professor.
Há que se ficar atento para que a onda
conservadora hipócrita não chegue em nossa cidade.
07.
Suplementações de verbas da Educação.
Com a aprovação da PEC 241, que congelará as
despesas do Governo Federal por até 20 anos, o PNE será gravemente afetado.
Consequentemente, o Plano Municipal de Educação, aprovados anos atrás, também.
Assim sendo, o Executivo, com repasses de
verba do Governo Federal congelados e mais escassos, deverá suplementar verba,
remanejando recursos de uma prioridade para outra, comprometendo o cumprimento
das metas do PME.
Hoje, nossa maior demanda é por vaga na
Educação Infantil. Há que se cuidar para que suplementações (que são votadas
pelos Vereadores) não atinjam esta modalidade de ensino.
*Orandes Rocha “parpita” sobre Educação até quando não é perguntado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário