segunda-feira, 31 de outubro de 2016

De outros Ralouins.

sábado, 31 de outubro de 2015

Com o giz na mão.

O discurso nacionalista de todo ano em semana de Ralouim:

- Que dia comemoram o Ralouim?

E a sala: 31 de outubro!

- E o dia do folclore?

Sala em silêncio.

"Deixamos de lado nossas raízes para comemorar uma festa importada do hemisfério norte, cujas lendas e crenças nada têm a ver com a nossa cultura (salvo o Lobisomen).

Não sou contra a expressão da cultura de outras nações em nosso país, o multiculturalismo deve sempre ser fomentado, mas que tenhamos o mesmo apreço pelas nossas lendas, uma cultura tão rica e variada e que infelizmente apenas na nossa infância ela é valorizada, quando as professoras das primeiras séries trabalham a semana do folclore com maestria.

Ao crescermos, muitas vezes deixamos de lado nossas tradições para nos aculturarmos com as tradições europeia e americana do morte. E nos esquecemos do Curupira, da Iara, do Boi Tatá, etc...

Que comemoremos em todas as idades o 22 de agosto (Dia do Folclore) com o mesmo carinho e atenção que celebramos o 31 de outubro.

E não nos esqueçamos até mesmo que dia 27 de setembro (dia de Cosme e Damião) também é dia de distribuir doces às crianças.


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Hoje é Ralouim.

Hoje é Dia das Bruxas.

Ou Ralouim.

Esta festa americana que importamos e comemoramos como se esta tradição estadosunidense fosse nossa.

E não é. Nós apenas nos apropriamos.

Mas não vou fazer o tradicional discurso purista cultural este ano não.

Vou entrar na onda e usar o mote para dizer algumas de minhas preferências nesta data.

Melhor filme de terror: O cão do Diabo.

Pior filme de terror: Jogos Mortais.

Melhor especial de terror: A pata do macaco.

Monstro favorito: Lobisomem (porque também existe na nossa cultura).

Melhor filme de vampiro: Um antigo que assisti quando era criança e não lembro o nome (o vampiro hipnotiza a mocinha que se livra do colar de alho e foge com ele depois de beber o sangue que vinha de um corte em sua barriga. O vampiro morre num gancho do navio). Se alguém souber que filme é, favor me avisar.

Melhor vilão: Darth Vader.

Melhor fantasia: Fantasma.

Lembrança de Ralouim na infância: Caveira de mamão (minha mãe não me deixava cortar abóbora, e a de mamão além de ficar uma porcaria, eu sempre cortava o dedo com a faca).

Melhores histórias de assombração ipuanense: A noiva da igreja e a loira do banheiro da Escola Vereador Aberto Conrado.


sábado, 2 de novembro de 2013

Com o giz na mão.

Mais uma vez o blogueiro saiu derrotado.

As escolas comemoraram o Ralouim normalmente.

Apesar de há anos praguejar contra a efeméride americana, fiquei como um Velho do Restelo vendo a nau de Vasco da Gama partir rumo à Índia apesar de seus apelos.

Fantasias, enfeites, até doces, tudo como manda a tradição que não é nossa.

Este ano as fileiras Ralouinistas cooptaram inclusive a sobrinha do Blogueiro, penso que só para me desmoralizar.

Mas não importa...
Sigo defendendo a abolição desta comemoração do calendário escolar das escolas brasileiras. Pelo menos as escolas de ensino regular, pois a de idiomas tem o dever de divulgar a cultura da língua que ensinam.

Ou então que se comemore com as nossas "entidades": Curupira, Iara, Saci Pererê,...

Se bem que para isso já temos a semana do folclore.

Pena que não é tão aguardada como o Ralouim.

Depende de nós, mudarmos esta realidade.


quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ralouim.

Não é verdade que eu não gosto de Halloween, ou melhor, Ralouim. Na verdade, verdadeira, não gosto da "importação" desta festa, hoje tipicamente Estadosunidense, para o nosso país.
 
Até entendo as escolas de inglês incentivem sua comemoração afinal ensinam não apenas o idioma bretão mas toda a cultura que o envolve.
 
Não gosto é quando esta "comemoração" extrapola os limites da sala de aula dos cursos de idiomas.
 
E já extrapolou!!!
 
A comemoração da efeméride faz parte do calendário de 10 entre 10 escolas particulares do país. Leciono em duas e em ambas a data é festejada.
 
Penso que mais por "pressão" dos alunos que por vontade própria.
 
É que para os alunos, a data é algo consolidado em nossa cultura, haja visto que os já citados cursinhos de inglês promovem o dia, assim como a escola de um parente que mora na cidade grande, o filme ou a série de TV a que eles assistem, enfim, não faltam referências para que os alunos das nossas escolas passem a clamar também para que na sua escola se faça o Ralouim.
 
Menos mal que sempre há um professor ou professora que explica a origem e o significado da data.
 
E no caso das duas escolas em que leciono, sempre há um chato que explica que não existe o menor significado para nós, moradores destes tristes trópicos, comemorarmos o Ralouim; que trata-se de um roubo de cultura, que é o símbolo do imperialismo cultural dos EUA para com os povos da América Latina, que devemos valorizar o produto nacional, etc etc etc.
 
Não sou purista, aliás defendo o intercâmbio cultural, sou contra apenas à massificação cultural e à perda da identidade nacional.
 
Defendo que Vampiros, Franksteins e Bruxas existam no Brasil, porém ao lado da Mula sem Cabeça, do Saci Pererê e do Curupira. E como entendo cultura como uma via de mão dupla, questiono: Os Estadosunidenses estão prontos para conhecê-los?
 
Que Obama, certamente reeleito, venha para cá passar uns dias para conhecer nosso riquíssimo folclore e levar para as crianças de seu país um pouco desta nossa tradição.
Já pensaram nosso folclore incorporado na mais legítima tradição americana?
 
Um par de meninos disfarçados de Mula sem Cabeça batendo na porta e dizendo: Trick-or-treat (doce ou travessura)?
 
Bruxas andando lado a lado com Boitatás e Sereias com as sacolinhas cheias de doces?
Seria a consumação do movimento antropofágico do começo do século passado, o Tupi or not Tupi materializado em pleno século XXI. Mais Oswaldiano que isso, impossível!

Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena! Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
(Oswald de Andrade)

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