Ser professor não estava nos planos.
Quase nunca está nos planos.
O Prof Paulo Freire dizia que "Ninguém começa a ser professor numa certa
terça-feira às 4 horas da tarde... Ninguém nasce professor ou marcado para ser
professor. A gente se forma como educador permanentemente na prática e na
reflexão sobre a prática".
E talvez assim me formei professor, "na prática e na reflexão sobre a prática.
E tenho me tornado professor dia a dia, não somente a cada vez que entro numa sala de aula, mas quando preparo uma aula, corrijo uma prova, respondo a alguma pergunta; ou ainda, quando falo ou escrevo sobre Educação, quando assisto a um filme, etc...
Ninguém "é" professor porque o verbo "ser" é estático.
A gente vai se fazendo professor ao longo da vida. E não para nunca.
Poderia fazer intertextualidade com Guimarães Rosa e dizer que "você pode deixar a sala de aula, mas a sala de aula não deixa você", ou ser mais senso comum e dizer que "garrafa que carrega querosene nunca perde o cheiro".
Em ambos os casos, estaria sendo didático, o que corroboraria (outra palavra de professor) tudo o que estou tentando falar neste texto.
Meu maior erro foi ter dado aula uma vez na vida, e então, naquele momento mágico em que você escuta o que fala e se encanta com o que diz, e vê a mesma reação em quem te ouve, você pensa: "Puta que pariu, é isso que eu quero fazer a minha vida toda".
Mesmo que momentos assim estejam aqui e ali cada vez mais raros, talvez a graça esteja em procurar estes momentos e, assim, valorizá-los quando os viver.
E já que estou nessa há 16 anos, que tal continuar mais um pouco?
Nenhum comentário:
Postar um comentário