quarta-feira, 16 de setembro de 2015

"Tudo deve mudar para que tudo fique como está".

O escritor Italiano Tomasi di Lampedusa, na sua obra "O Leopardo" cunhou a seguinte frase: tudo deve mudar para que tudo fique como está.

E a máxima parece verdadeira no Reino de Avilan.

Uma troca de cadeiras do tipo "está dando problema aqui vou jogar ali" que começou como uma ventania e terminou como brisa de verão.

Exceto pelo fato de que, do novo Diretor do Departamento de Infraestrutura espera-se mudanças, das demais mudanças, espera-se que tudo continue como está.

E hoje seria o fatídico dia 16 de setembro, data em que cerca de 40 funcionários em cargos de comissão deveriam ser exonerados para que, caso quisesse a Administração Municipal preenchê-los, que o fizesse por meio de concurso.

Para alguns, a demissão; para outros, uma designação, uma portaria para que possam continuar fazendo o mesmo serviço, ainda que com salário menor e sem ocupar o cargo que antes ocupava, mas realizando a mesma função.

O bom e velho jeitinho brasileiro para burlar uma determinação judicial (lembremos que existe um Termo de Ajuste de Conduta sobre este assunto) pelo menos até o final deste mandato que, ao que parece, não tentará uma prorrogação.

E ainda, a transformação de um ex Diretor do Departamento de Negócio de Governo em uma espécie de Eminência Parda, uma presença informal, porém constante, na Prefeitura; sempre solícito e atencioso com quem lhe necessita, seja um funcionário ou o Chefe do Executivo.

Chefe do Executivo aliás que flerta com a irresponsabilidade ao permitir que o Ex Diretor, um investigado pela Polícia Federal em um esquema de fraudes em concurso público e licitação, recém beneficiado por um habeas corpus, seja uma figura presente (influente?) no mesmo local em que foi deflagrada a Operação QI.

Não conheço bem questões jurídicas, mas o motivo da prisão preventiva é justamente para evitar que o investigado possa prejudicar a investigação ou continuar fazendo o que fazia antes de ser preso.

E ao permitir que frequente o mesmo local de trabalho que o levou a ser alvo da investigação, ainda que não investido do cargo, é algo que, para mim, mancha a aura de inocência a que sempre defendi que o Prefeito possuía.

A partir de agora posso me reservar ao direito de pelo menos questionar: será?

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