quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Dezembro em "A Voz Ipuanense".

Desafios para o próximo mandato: Cultura.
Por Orandes Rocha*.

Obviamente que saúde e educação são temas constantemente alvo das preocupações de um Prefeito, mas gostaria de falar hoje sobre um outro desafio, tantas vezes relegado ao segundo plano: a cultura.
Tão importante quanto qualquer outro setor de uma administração, a cultura nem sempre está entre as prioridades da população na hora de reclamar seus direitos.
Talvez pela percepção subjetiva da cultura e sua pouca visibilidade prática em nossas vidas, raras são as reivindicações da população neste sentido.
Recordo que em Governos passados, a realização de uma Feira de Livros era uma cobrança justa de boa parte dos jovens universitários, para quem a cultura é mais latente enquanto objeto de políticas públicas.
As cobranças, justas por sinal, eram feitas nas redes sociais e partiam do princípio de que Ipuã era a “única cidade da região” a não contar com tal evento.
Ao ver que os mesmos reivindicantes se calaram nos últimos anos, concluo com pesar, que suas queixas eram muito mais de natureza política, do que uma bandeira de luta em prol de um evento que, realmente necessitamos e que continuamos a ser a “única cidade da região” a não realizá-lo.
Cabe ressaltar que por cultura não está incluído apenas a literatura, mas todas as demais formas de manifestação artística do homem: música, pintura, teatro, etc...
Como também não cobro apenas apresentações, mas a difusão cultural por meio de aulas, oficinas, concursos e tantas outras atividades que contemplem todas as idades e o maior número de manifestações culturais possível.
Ipuã não é uma cidade que apenas não tem uma Feira do Livro, Ipuã é uma cidade que o poder público:

1. Nunca conseguiu montar um curso permanente de música.
E não é por falta de talento dos nossos cidadãos, mas muito mais por erros de gestão e de implantação de programas de músicas seja na escolas, seja para a sociedade.
Boas iniciativas foram realizadas em Ipuã há algum tempo e por várias administrações: 1997 – 2000, 2005 – 2012 e a atual.
Pecaram pela falta de continuidade.

2. Quase não investe em teatro.
As únicas experiências neste sentido foram cursos de curta duração (oficinas) que conseguimos durante nossa gestão frente à Educação e Cultura, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e com o Governo Federal (cuja verba conseguida por mim, proporcionou a realização de curso de teatro com finalidade socioeducativa na Escola Monir Neder).
Também pecando pela falta de continuidade.

3. Inclui shows da Expuã como atração cultural.
Um absurdo, ainda que seja uma manifestação artística, mas Expuã é muito mais um evento ligado ao Turismo que à Cultura.
O simples fato de 4 shows serem realizados não configura como um evento cultural.

4. Poucas apresentações teatrais promove.

5. Não realiza concursos culturais.

6. Deixou morrer o concurso de Bandas Marciais.

7. Não esboça qualquer interesse em realizar uma Feira do Livro.

8. Sequer tem um Hino Municipal.

9. Não tem programação de Natal.

Quem sabe a partir deste ano os defensores da cultura resolvam aparecer nas redes sociais após 4 anos de sumiço?

*Orandes Rocha sempre pediu Feira do Livro, independente de qual partido no poder.

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