Desafios para o próximo mandato: Cultura.
Por Orandes Rocha*.
Obviamente que saúde e educação são temas
constantemente alvo das preocupações de um Prefeito, mas gostaria de falar hoje
sobre um outro desafio, tantas vezes relegado ao segundo plano: a cultura.
Tão importante quanto qualquer outro setor de
uma administração, a cultura nem sempre está entre as prioridades da população
na hora de reclamar seus direitos.
Talvez pela percepção subjetiva da cultura e
sua pouca visibilidade prática em nossas vidas, raras são as reivindicações da
população neste sentido.
Recordo que em Governos passados, a
realização de uma Feira de Livros era uma cobrança justa de boa parte dos
jovens universitários, para quem a cultura é mais latente enquanto objeto de
políticas públicas.
As cobranças, justas por sinal, eram feitas
nas redes sociais e partiam do princípio de que Ipuã era a “única cidade da
região” a não contar com tal evento.
Ao ver que os mesmos reivindicantes se
calaram nos últimos anos, concluo com pesar, que suas queixas eram muito mais de
natureza política, do que uma bandeira de luta em prol de um evento que, realmente
necessitamos e que continuamos a ser a “única cidade da região” a não
realizá-lo.
Cabe ressaltar que por cultura não está
incluído apenas a literatura, mas todas as demais formas de manifestação
artística do homem: música, pintura, teatro, etc...
Como também não cobro apenas apresentações,
mas a difusão cultural por meio de aulas, oficinas, concursos e tantas outras
atividades que contemplem todas as idades e o maior número de manifestações
culturais possível.
Ipuã não é uma cidade que apenas não tem uma
Feira do Livro, Ipuã é uma cidade que o poder
público:
1. Nunca conseguiu montar um curso permanente
de música.
E não é por falta de talento dos nossos
cidadãos, mas muito mais por erros de gestão e de implantação de programas de
músicas seja na escolas, seja para a sociedade.
Boas iniciativas foram realizadas em Ipuã há
algum tempo e por várias administrações: 1997 – 2000, 2005 – 2012 e a atual.
Pecaram pela falta de continuidade.
2. Quase não investe em teatro.
As únicas experiências neste sentido foram
cursos de curta duração (oficinas) que conseguimos durante nossa gestão frente
à Educação e Cultura, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e com
o Governo Federal (cuja verba conseguida por mim, proporcionou a realização de
curso de teatro com finalidade socioeducativa na Escola Monir Neder).
Também pecando pela falta de continuidade.
3. Inclui shows da Expuã como atração
cultural.
Um absurdo, ainda que seja uma manifestação
artística, mas Expuã é muito mais um evento ligado ao Turismo que à Cultura.
O simples fato de 4 shows serem realizados
não configura como um evento cultural.
4. Poucas apresentações teatrais promove.
5. Não realiza concursos culturais.
6. Deixou morrer o concurso de Bandas Marciais.
7. Não esboça qualquer interesse em realizar
uma Feira do Livro.
8. Sequer tem um Hino Municipal.
9. Não tem programação de Natal.
Quem sabe a partir deste ano os defensores da
cultura resolvam aparecer nas redes sociais após 4 anos de sumiço?
*Orandes Rocha sempre
pediu Feira do Livro, independente de qual partido no poder.
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