sábado, 14 de novembro de 2015

Com o giz e o lápis na mão.

Impressionante como aulas (seja na condição de aluno, seja na condição de professor) após tragédias de repercussão na mídia nos marcam.

Como aluno, recordo de uma aula de história após a chacina na candelária, onde o Professor deixou de lado o conteúdo programado para, com uma cópia do jornal em mãos, falar sobre aquele assunto.

Recordo de suas duras palavras sobre os insensíveis que ainda faziam chacota com o fato, e como o professor se revoltou ao falar que ainda havia quem conseguisse rir do fato.

Recordo no ano seguinte a aula após a morte do Senna, onde o professor fez 1min de silêncio e disse algumas palavras de reflexão sobre o fato.

Como professor, em 2002, um acidente de ônibus envolvendo alunos que voltavam à cidade de Rifaina foi o mote para eu em sala de aula tecer algumas palavras para meus alunos e também convidá-los à reflexão.

Um ano antes eu já havia, no cursinho da Unesp, mudado (radicalmente) o tema da aula de literatura para história após o atentado de 11 de setembro.

Mais recentemente, tragédia como o atentado ao jornal francês (quando "todos nós" viramos Charlie) também mereceu algumas considerações minhas em sala de aula.

A tragédia em Mariana, a 4ª deste tipo neste século.

Agora o atentado em Paris, ocorrido ontem.

Problema é só volto a dar aula na terça, e semana em de prova ainda; não me parece mais o momento de tocar no tema.

Não sei se por ter passado 5 dias do ocorrido, ou se por ser dia de prova e não poder "perder" muito tempo.

Mas tenho medo mesmo que seja por banalização e que cada vez mais "morrer e matar de fome, de raiva e de sede são tantas vezes gestos naturais" como profetizou mestre Caetano lá nos anos 80.

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