Impressionante como aulas
(seja na condição de aluno, seja na condição de professor) após tragédias de
repercussão na mídia nos marcam.
Como aluno, recordo de uma
aula de história após a chacina na candelária, onde o Professor deixou de lado
o conteúdo programado para, com uma cópia do jornal em mãos, falar sobre aquele
assunto.
Recordo de suas duras
palavras sobre os insensíveis que ainda faziam chacota com o fato, e como o
professor se revoltou ao falar que ainda havia quem conseguisse rir do fato.
Recordo no ano seguinte a
aula após a morte do Senna, onde o professor fez 1min de silêncio e disse
algumas palavras de reflexão sobre o fato.
Como professor, em 2002, um
acidente de ônibus envolvendo alunos que voltavam à cidade de Rifaina foi o
mote para eu em sala de aula tecer algumas palavras para meus alunos e também
convidá-los à reflexão.
Um ano antes eu já havia, no
cursinho da Unesp, mudado (radicalmente) o tema da aula de literatura para
história após o atentado de 11 de setembro.
Mais recentemente, tragédia
como o atentado ao jornal francês (quando "todos nós" viramos
Charlie) também mereceu algumas considerações minhas em sala de aula.
A tragédia em Mariana, a 4ª
deste tipo neste século.
Agora o atentado em Paris,
ocorrido ontem.
Problema é só volto a dar
aula na terça, e semana em de prova ainda; não me parece mais o momento de
tocar no tema.
Não sei se por ter passado 5
dias do ocorrido, ou se por ser dia de prova e não poder "perder"
muito tempo.
Mas tenho medo mesmo que seja
por banalização e que cada vez mais "morrer e matar de fome, de raiva e de
sede são tantas vezes gestos naturais" como profetizou mestre Caetano lá
nos anos 80.
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