sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Música Caipira - Lugar de mulher é na... viola. [Há 10 anos].

Mais um capítulo da mini série sobre música sertaneja era lançado há 10 anos atrás.

Na ocasião, eu falava sobre a mulher na música sertaneja, que à época começava a se fazer mais presentes.

E não é que 10 anos depois o texto, que previu a "invasão" das mulheres na música sertaneja, está desatualizado.

Fosse atualizá-lo, teria de incluir "somente": Marília Mendonça, Simone e Simaria, Maiara e Maraísa, Naiara Azevedo, Paula Fernandes, Thaeme,, Maria Cecília, dentre outras.


Música Caipira - Lugar de mulher é na... viola.

Num ambiente predominantemente masculino, e acima de tudo machista, era de se esperar que demorasse muito tempo para que as mulheres conquistasse mais este espaço.

A espera só não foi maior, devido à bravura de pioneiras que, seja com marido, em duplas e trios, ou mesmo sozinhas, desde os primórdios as mulheres "meteram a cara" na música sertaneja.

Não dá pra não lembrar de Cascatinha e Inhana, marido e mulher que som suas vozes terçadas ainda hoje são lembrados pelos amantes do gênero.

Assim como no gênero homem e mulher, Duo Glacial, que na esteira de Cascatinha e Inhana também foram pioneiros no gênero, derrubando preconceitos e colocando homem e mulher em igualdade de condições no meio artístico.

Isso num tempo em que este tipo de dupla era valorizado pelas belas letras e vozes harmoniosas (geralmente em terças), não em letras sem sentido e sons guturais.

Inezita Barroso, a estudante da USP que, apaixonada por música caipira e folclore, se transformou na principal matriarca da música sertaneja do país. Excelente cantora e apresentadora de programas de TV, é uma reserva do purismo da música caipira. Na carreira solo, teve de ir contra a opinião de pais e marido, pois na época, não se via com bons olhos uma "garota de família" cantando sertanejo.

De duplas femininas, cito:

As Irmãs Galvão, além de excelente intérpretes, se saem bem com seus instrumentos, seja violão, viola ou acordeom.

Duo Moreno, que talvez pouca gente conheça, formado por duas irmãs que enfrentaram juntas um duplo preconceito: eram mulheres e negras. Embora não vivemos num país declaradamente racista, há que se ressaltar as dificuldades que as duas cantoras enfrentaram para vencer na profissão, e parabenizá-las pela coragem e dedicação.

Duo Ciriema, também pouco conhecido do grande público, mas não dos amantes da música caipira na sua essência.

Que cada vez mais mulheres se "aventurem" por esse caminho que, se é verdade ainda não é difícil para elas, resta a certeza de que está muito mais fácil, graças às pioneiras que o pavimentaram com coragem e talento.


Próximo Domingo: A Dupla Coração do Brasil.

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