segunda-feira, 23 de maio de 2016

Este mês em "A voz Ipuanense".

Mudanças estruturais: Concursos.
Por Orandes Rocha*.

A recente experiência positiva na realização de concurso público, mais por necessidade que por interesse público, pode marcar o início de uma era de aprimoramento nos certames em Ipuã.
É necessário que o poder público profissionalize os departamentos responsáveis pela realização de concursos e que o próprio Executivo entenda que a contratação de empresas renomadas para a realização dos mesmos muito mais que gasto, é investimento.
Entenda ainda que também o concurso é um momento de capacitação profissional, uma vez que se preparando para eles, o candidato adquire conhecimentos que serão imprescindíveis no desempenho de suas funções.
Não por outro, é este o objetivo do concurso: escolher aqueles que melhor conhecem os assuntos e funções inerentes ao cargo pleiteado.
Por esta razão, proponho que também a área de concursos sofra uma profunda mudança no próximo mandato, no que sugiro para a discussão:

01. Contratação de empresas de reconhecida idoneidade e competência no mercado.
Apesar do bom trabalho realizado pela FUMARC, é preciso avançar no profissionalismo dos concursos em Ipuã.
Entendo ser imprescindível a contratação de empresas de renome como Vunesp e Cesgranrio como garantia inconteste de que concursos públicos realizados em Ipuã sejam sinônimos de qualidade, idoneidade e de grau de dificuldade compatível com o que se espera dos egressos de concursos públicos.

02. Concurso para outros cargos.
Apesar de figurar na relação que a TAC da Prefeitura com o MP, alguns cargos não estiveram presentes no concurso realizado este ano.
Cargos como Diretor Adjunto de Escola e Assessor Pedagógico, fundamentais para a gestão de uma escola e que, uma vez não realizado concurso para eles, só me resta deduzir que ou não estão ocupados por profissionais nas escolas, ou estão de maneira informal.
É fundamental a realização de concursos para estes cargos e que os mesmos sejam de alto nível de dificuldade para uma boa seleção.
Outros cargos também não estiveram contemplados no último concurso o que nos leva a refletir: não eram fundamentais para o bom andamento da Administração ou também estão preenchidos informalmente?
Seja como for, a transparência, um dos princípios do serviço público, não parece estar sendo valorizada.

03. Elevado nível de dificuldade e maior prazo para estudo.
Concurso mais difícil, pressupõe melhor preparo dos participantes.
E maior dificuldade, necessita de maior prazo para o preparo dos postulantes aos cargos oferecidos.
Mais uma vez faz-se necessária a contratação de empresa conhecida pois os editais são, na maioria das vezes, os mesmos; o que permitirá aos candidatos preparar-se o ano todo para a Seleção Simplificada, ou para o Concurso, que com prazo elevado entre a inscrição e a realização da prova, permitirá o mesmo aos candidatos.

04. Realização de processo seletivo simplificado para estagiários.
Outra questão polêmica que nunca nenhum Administrador Público teve coragem de mexer.
Infelizmente, a prática de se usar estagiários como uma espécie de “terceirização branca”, contratando-os em detrimento da contratação por meio de concurso público para servidor para aquele cargo, muitas vezes totalmente desviados da função a qual seus cursos se destinam.
Por isso, faz-se necessária a realização de seleção simplificada para a contratação de estagiários.

05. Utilização destes estagiários com função aprendiz.
A razão de ser do estagiário não é outra senão a de aprender na prática o que a teoria da sala de aula lhe ensina.
É a prática legitimando a teoria.
Por este motivo ele não deve ser usado em substituição do profissional, prática infelizmente recorrente em razão das pseudo vantagens que tal ato confere ao Administrador Público: salário menor, contratação de quem quiser sem a necessidade de concurso e a não inclusão do gasto do salário do estagiário no limite de 54% máximo que o Tribunal de Contas exige que se gaste com folha de pagamento.

06. Cotas para Negros e Pardos.
Entendo que a criação de lei municipal reservando 20% das vagas em concursos púbicos para negros e pardos seria um avanço político administrativo que qualquer Prefeito deixaria como legado na cidade e exemplo para o resto do país.

*Orandes Rocha é professor e já foi aprovado em 2 concursos públicos (um municipal e um estadual) e 2 processos seletivos.

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